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Artigos-->Ser diferente faz a diferença -- 08/12/2002 - 19:11 (Maria da Gloria Barbosa Matoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SER DIFERENTE FAZ A DIFERENÇA



Gloria Barbosa Matoso

Mestre em Avaliação Educacional ( UFC)

Especialista em Educação Contemporânea pela Open University de Londres





Vivemos tempos críticos. Por isso criativos. A cartografia política e mundial foi redefinida e muitas estruturas ruíram e com elas muitos esquemas mentais (...). Ficaram os sonhos. Os sonhos sempre ficam(...)permitem novas visões e fornecem o entusiasmo necessário para o pensamento e a criatividade (BOFF).



As mudanças propostas para a educação, em virtude dos desafios gerados nesse milênio causam um forte impacto no contexto institucional educativo. A função da educação na sociedade tem sido objeto de análise permanente entre os diversos atores sociais, tornando-se destaque nas agendas nacionais. Ressalta-se, que é fato recente no Brasil, a discussão sobre as políticas de resultados das instituições educacionais: a elevação da qualidade de desempenho e competitividade frente a mundialização. O destaque de uma maior abertura na educação, por meio de novas metodologias, abordagens de ensino, e sobretudo, de mudanças atitudinais e institucionais repercutirão, nos próximos anos, na eficiência e equidade do sistema educacional brasileiro.

Todavia, é preciso mencionar que o novo ainda sofre resistência ativa pelo simples fato de que muitas vezes não temos disposição para aprender a lidar com ele. Sobre isto, alguns motivos podem ser citados:

1º- incapacidade de lidarmos com as incertezas que o novo nos instiga;

2º - incapacidade de sermos criativos e inovadores;

3º- incapacidade de percebermos com lucidez e relevância o que realmente possui uma nova mentalidade ou apenas um caráter "mudancista"( o velho que se reveste do novo).

È importante pontuar a respeito do segundo motivo acima mencionado: EDGAR MORIN em seu livro intitulado "Os Setes Saberes necessários à Educação do Futuro", comenta sobre uma das maiores descobertas do século XX: a criatividade. E ao mesmo tempo, elucida a tentação exclusivista da sociedade em não ver o que realmente precisa ser feito de imediato. E o que é pior, ficando assim, sem procurar algo que exceda o mero ato de loquacidade, pois são poucos os que têm uma mentalidade coletiva e que procuram realmente se envolver, a fim de propor soluções.

Não esqueçamos que o tempo passa e o inesperado (no mundo de hoje) é cada vez mais presente em nossas vidas, chegando a nos surpreender com maior freqüência. Porém, precisamos estar abertos às idéias dos outros, desconstruindo as nossas certezas. Hoje, no futuro incerto, onde o que é aqui e agora, daqui a poucos milisegundos pode não ser/estar mais, urge, uma convivialidade de idéias. E as novas idéias quando colocadas em evidência, provocam uma reação nos demais. O ideal seria se isso formasse uma teia de interações e permitisse que diferentes inteligências se mobilizassem com intuito de discussão. Afinal de contas, quantas geniais idéias não foram apartadas por causa de egoísmos, disputas de poder e proibições convencionais, mesmo em meios mais crescidos intelectualmente

Diante desse cenário que se apresenta, um assunto desafiante merece especial atenção no campo da educação: a Formação de Professores. O papel do professor está sendo redefinindo e questionado, concorrendo, para isto, o surgimento das revisões e atualizações nas teorias de desenvolvimento e aprendizagem. Delineiam-se, assim, novas exigências de competências /habilidades para a ação docente. Ora, os tempos mudaram e a qualificação docente não apenas precisa de didática/ metodologia, mas, sim de uma construção dialética local/global que qualifique a instituição. E é nessa direção, que o Curso de Pedagogia em Regime Especial da UVA, sob diversos olhares da sociedade cearense, e diante da reordenação do capital, da economia, da democracia, e de uma crescente desigualdade social, vem tornando-se significativa à socialização dos conhecimentos, à indagação e ao aprendizado com as experiências do cotidiano dos seus alunos.

Surgem as novas formas flexíveis de abordagens de ensino, incluindo o tema "redução de cursos" sendo uma tendência vista nos mais diversos sistemas educacionais de qualidade, frente a necessidade crescente do capital humano, posto que, o conhecimento aparece como matriz principal das sociedades desenvolvidas. A ordem atual é: quanto mais se sabe, mais se tem condições de crescer.

A característica da redução de cursos nos modelos organizacionais, não significa que se esteja descurando da qualidade do trabalho, mas sim buscando outras soluções para suprir as necessidades de formação e desenvolvimento humano. A tendência mundial da redução de cursos não necessariamente implica em "fragmentar" ou "aligeirar" as teorias necessárias à formação do profissional, haja vista, que essa fragmentação de teorias independe de quantidade. Sob esse prisma, devemos refletir sobre a realidade nos cursos universitários de tempo padrão, onde prevalecem na maioria das vezes, as teorias impressas em fotocópias no decorrer dos quatro anos cursados. Além do mais, o momento atual clama para que os conteúdos sejam priorizados. Enfatizo que, priorizar não é aligeirar os conteúdos. Luc Ferry, filósofo francês, assim se expressava: professores, ensinem menos, mas ensinem melhor. Dessa forma, intenta-se um mapeamento da realidade, e a interação com o conhecimento social, dando prioridade ao que serve realmente para a rede de conhecimento dos alunos.

A natureza da redução de cursos por ser diferente nos causa inquietação. Na verdade, não estamos preparados para a diferença. Falamos sobre as classes heterogêneas, sonhando com a homogeneidade. Falamos muito em cidadania, mas não damos o direito ao outro de ser diferente e de aproveitar a diferença . A percepção da necessidade da diferença é emergencial para uma democratização do saber. A este respeito, cabe a transcrição do pensamento de Marcondes Rosa, presidente do Conselho de Educação do Estado do Ceará: Violentação é o compactuar com o desumano da penúria, da ignorância e da exclusão do saber, limitando-se ao minifúndio de uns poucos privilegiados.

É nesse sentido, que o Curso de Pedagogia em Regime Especial da Universidade Estadual Vale do Acaraú, busca junto às instituições que mantém parcerias a adequação com os programas e métodos que melhor se adaptem às necessidades dos alunos. A UVA reestruturou os seus padrões, aproximando mais da comunidade cearense com o intuito de melhorar o padrão profissional daqueles que atuam em educação. Nesse sentido, a UVA deslanchou com um esforço permanente para desenvolver um trabalho que se integre com o modus vivendi da sociedade cearense e com aptidão de organizar comportamentos, descobrir valores, inventar projetos, mantê-los e ser capaz de libertar-se dos determinismos da situação, buscando não se limitar aos espaços e tempos exclusivos e arraigados das rotinas institucionais, sobretudo facilitando a expressão da diversidade das regiões com o objetivo de ir ao encontro do tratamento diferenciado, visando a promover a igualdade. Urge, a percepção ética que vise o bem da coletividade e não os nossos interesses pessoais e exclusivos.

O Curso de Pedagogia em Regime Especial da UVA está fazendo a diferença. E a diferença sempre incomoda. Além do mais, o diferencial que o curso oferece é necessário na sociedade atual, onde a complexidade está presente, emergindo novas formas de ver e pensar a realidade. E é na lógica da complexidade no mundo contemporâneo que o improvável muitas vezes nos prova que era provável e o inesperado torna-se possível e realizável.





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