“Entrando, não fume; fumando, não entre”. Esta frase está em uma seccional de delegacia de polícia. Expressa o desejo que a maioria tem de se ver livre dos fumantes.
Alguns fumantes mais insistentes já têm tentado até obter apoio sob a alegação de que o antitabagismo é prática discriminatória. E não estão de todo errados. É realmente discriminação. Mas nem por isso mereceriam ser poupados dos constrangimentos que ultimamente têm chegado ao mundo jurídico pesando muito contra eles.
A nossa Constituição e nossas leis tentam evitar discriminação em razão de sexo, idade, cor da pele, etc., o que é muito justo. A pessoa negra não escolheu a cor da pele e não pode se livrar dela, com exceção de Michael Jackson. O sexo ninguém escolheu, pelo menos para nascer. A idade é inevitável: todos nos, na mesma ordem, somos crianças, adolescentes, adultos e velhos, com exceção daqueles que se matam prematuramente ou são atingido por algum acidente ou doença fatal.
O vício, por sua vez não é uma fatalidade da vida. O indivíduo que fuma escolheu seu hábito intoxicante e repugnante à maioria das pessoas (fumantes estão hoje na proporção de menos de um quinto da população); merece, portanto, as restrições que a sociedade e as leis impõem. Seria injusto e antidemocrático permitir que em cada dez pessoas uma ou duas ficasse envenenando o ambiente das demais.
Se você acha que fumar compensa todas as conseqüência, continue; porém, não se julgue no direito de submeter as outras pessoas ao incômodo provocado pelo seu vício. Você pode fazer da sua vida o que quiser, mas não tem direito sobre as dos outros.