Em Kansas, Estado que fica bem no meio dos EUA, Charles Darwin, com sua teoria da evolução das espécies, continua sendo uma afronta para o grupo dos criacionistas, movimento que defende a origem do homem e do cosmo segundo a Bíblia, conforme relatos do Gênesis. Este grupo insiste em acreditar em Adão e Eva como sendo os pais da civilização humana.
Membros da comissão de educação estadual resolveram excluir a evolução das espécies do currículo de suas escolas. Não satisfeitos, aproveitaram para reduzir o espaço dado à teoria do Big Bang, segundo a qual o Universo surgiu há 15 bilhões de anos.
"É um passo à frente. Vamos melhorar em vez de piorar o ensino de ciência no Kansas". "Existia uma agenda liberal buscando glorificar a evolução nas escolas", disse Scott Hill, membro da comissão e líder criacionista.
Um em cada quatro universitários dos EUA acredita em Adão e Eva
Segundo pesquisas, 40% dos americanos (e um em cada quatro universitários) acreditam que Deus criou a Terra, as plantas, os animais e Adão à sua imagem e semelhança. E fez isso tudo há menos de dez mil anos, hipótese cientificamente inverossímel. As pesquisas não informam, mas provavelmente, grande parte dos 60% dos que não acreditam no casal bíblico devem sustentar suas hipóteses sobre algum modelo materialista ou, pelo menos, pouco esclarecedor sobre o aspecto espiritual da questão.
O criacionismo restringe-se à concepção dos evangélicos – especialmente dos americanos. Até mesmo a Igreja Católica, desde 1996, considera oficialmente a evolução como mais do que uma hipótese. Em suas novas interpretações teológicas dos textos bíblicos os estudiosos não mais encontram contradição na visão evolucionista que assuma a divindade como causa suprema da criação.
Duvidando e com a escada da evolução armazenada no DNA
De acordo com o projeto genoma, a evolução não é mais uma teoria. Através do estudo do DNA, a molécula nas células de todos os seres vivos que armazena o código hereditário, consegue-se mensurar o grau de parentesco entre as espécies.
Embora ainda não se tenha identificado exatamente qual foi o ancestral comum do homem, uma vez que seus ossos ainda não foram achados, há uma profusão de fósseis de seus descendentes compondo uma escada evolucionária que chega até nós. Os personagens nessa escalada evolutiva são os seguintes:
Australopitecus afarensis, espécie de hominídeo que viveu há 3,5 milhões de anos, na África, e já andava em pé.
Homo erectus, cujos restos existem na Áfirca e na Ásia, os primeiros ancestrais do homem a usar pedras como ferramentas, há dois milhões de anos.
Neanderthais, seres maiores e mais fortes que nós, que habitaram a Europa e a Ásia entre 200 mil anos e 40 mil anos atrás. Apesar de possuírem uma caixa craniana maior que a nossa, faltava alguma coisa muito importante para torná-los humanos, provavelmente a fala, atributo dos Homo sapiens, que evoluíram na África há pouco mais de 100 mil anos. De lá saíram para povoar o planeta."