Errar é humano. Ouvimos muito essa frase, talvez porque são os humanos que mais erram. Errar é, além de simplesmente humano, animal, natural, até divino. Ainda vale lembrar que há erros e erros.
Embora se diga muito que errar é humano, nós apenas erramos mais, por termos possibilidade de errar de várias formas. Não se pode, todavia, negar que o erro está em todo o reino animal. A serpente às vezes erra o bote, e até o gato, considerado o predador por excelência, pode errar o pulo e deixar a caça ir embora.
A natureza, que parece tão perfeita, também erra. Quando um vegetal dá uma fruta defeituosa, ou um animal nasce aleijado, a quem atribuir o erro? Há que se admitir uma falha da natureza.
E quando dizem que erramos porque não somos divinos? Isso está certo? A Bíblia informa que Deus se arrependeu de ter feito o homem. Algo saiu errado, certamente. Jesus disse que, próximo ao seu retorno à terra, as estrelas cairiam do firmamento (Mateus, 24:29), e João teve a visão desse fato, dizendo que “as estrelas caíram pela terra como a figueira quando, abalada por vento forte, lança seus figos verdes” (Apocalipse, 6: 13). Considerando que o sol, estrela não muito grande, tem um milhão e meio de vezes o tamanho da terra, seria possível as estrelas do céu caírem sobre ela? O inspirado Rei Davi afirmou que o sol “principia numa extremidade dos céus, e até a outra vai o seu percurso” (Salmos, 19: 4-6). Nós sabemos que isso não está certo, entre outras coisas.
Abordando puramente o erro humano, podemos levar em conta que nossos erros podem classificar-se em quatro grupos: erro intencional, erro mecânico, erro de raciocínio e erro por ignorância.
Considera-se erro intencional aquilo que é reputado errado, e o indivíduo o faz voluntária e conscientemente. Há mesmo quem se compraz em praticar o erro.
Como os nosso movimentos não são padronizados como os das máquinas, ainda que bem treinados, cometemos falhas que desejaríamos não cometer. Os datilógrafos que o digam.
O erro de raciocínio é outra falha que nos deixa descontentes, mas quem nunca fez um cálculo errado. Todas as anotações podem estar em perfeitas consonância com os dados pensados, não havendo erro mecânico, e o resultado não estar certo.
O erro por ignorância, esse sim, não gostamos nada de dar como prova da nossa humanidade. Gostaríamos de saber tudo que é certo e o que é errado e não cometer erros. No entanto, quem sabe?
Não conseguimos ser perfeitos, e sempre se justifica que errar é humano. Mas é importante saber que, quanto menos erros cometemos, maiores são as chances de termos êxito naquilo que fazemos. Se conseguíssemos, não expressaríamos a minha humanidade dessa forma.