Há certos ditos que se consolidam cada vez mais à medida que observamos as tendência e crenças humanas. Dois deles são: “” e “”.
Os dois artigos do Freitas com os títulos referidos acima mostram o quanto as pessoas podem pensar de formas tão contrária e defender tais posições por força da influência do que lhes foi ensinado com mais ênfase.
Um exemplo bem marcante é a questão espiritual.
Nós racionalistas, conjugando uma série de elementos de aspectos diversos da abordagem do ser humano e dos fatos, cremos que temos todas as nossas emoções, nosso raciocínio e nossas conclusões dependentes exclusivamente das reações físico-químicas processadas na nossa massa encefálica.
Já o espírita, com exemplificado pelo colega Clésio no artigo “O ESPIRITISMO E A CIÊNCIA”, crê que o nosso cérebro é apenas o instrumento utilizado pelo espírito, este um ente imaterial dono do nosso caráter. O cérebro, segundo deduzi do artigo, equivale a um sofisticado aparelho de comunicação. Se houver nele algum defeito, o espírito não tem como transmitir sua mensagem, que se efetua através das palavras e atos humanos, ou seja, do corpo. Assim, se levamos um golpe na cabeça e perdemos a consciência, isso é conseqüência de avaria do aparelho transmissor usado pelo espírito. Parece até mais aceitável do que a ressurreição dos mortos, conforme comentei de forma um pouco humorística em “”.
Devem, contudo, deparar com uma certa dificuldade diante das considerações trazida pelo Padre Quevedo, especialista em estudo desse tema:
“Trata-se, isto sim, de manifestações do inconsciente e, como tais, deixam-se até influir pelo ambiente. Assim, as “revelações” aos espíritos latinos, ou aos teósofos, falam em reencarnação. Mas, se os “espíritos dos mortos” (na realidade, o inconsciente) se manifestam aos espíritas anglo-saxões, é freqüente que ataquem ou ridicularizem a reencarnação. Os espíritas não-reencarnacionistas são chamados davianos, por ser o anti-reencarnacionista Davis, o principal teórico do espiritismo não-latino, seguido por milhões de espíritas. Daniel Douglas Home, o mais famoso médium espírita de todos os tempos, recebeu comunicações do “além-túmulo” (?) ridicularizando ao máximo a teoria da reencarnação. Se "os espíritos dos mortos aparecem a uma freira, falam do purgatório, do céu, pedem missa, comunhão...” E quando se manifestam aos ocultistas, falam-lhes do mundo astral, e assim por diante” (João de Freitas, “”).
Diante desse monte de contradições entre os seres considerados verdadeiros do mundo imaterial, fica muita dúvida a obstar a aceitação desse entes espirituais como reais. Mas, para quem é do meio, talvez até apareça uma outra saída também.
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