Dráuzio Varela tornou-se ateu quando pela primeira vez descobriu uma das mentiras religiosas, aos dez anos de idade. Hoje, conhecendo outras, o grande médico reconhece que religião não admite racionalidade.
Marie Claire: “Você é religioso?”
Dráuzio Varela: “Não”.
Marie Claire: “Então, a vida acaba aqui e pronto”.
Dráuzio Varela: Acaba aqui. Quando alguém diz que rezou para Deus ajudar, para conseguir tal coisa, acho bonito. Se eu fosse assim, talvez a minha vida fosse um pouco mais fácil.
Marie Claire: “Você nunca foi de rezar?”
Dráuzio Varela: “Rezava quando pequeninho, porque minha avó fazia eu rezar. Mas eu repetia aquelas palavras e nunca entendia direito. Quanto tinha dez anos fiz a primeira comunhão. A professora de catecismo dizia que não pode morder a hóstia, porque um menino na França tinha mordido a hóstia e tinha saído sangue pela boca. Fiquei com aquilo na cabeça. Na primeira comunhão não tive coragem, mas, uma semana depois, um tio fez bodas de prata e teve uma missa. Aí fui lá receber a hóstia, voltei para o meu lugar e mastiguei. Não saiu nada e eu virei ateu naquele momento. A partir daí, sempre que ouvia aulas de religião no colégio pensava que aquilo podia ser mentira. E quando você começa a fazer isso, é devastador, porque é uma questão de fé, religião não admite racionalidade.” (Marie Claire, Abril/2003, pág. 50).
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