Vivemos uma crise sem precedentes. Estamos próximos da virada do milênio e não sabemos se conseguiremos sobreviver para romper o século com vida e esperança, devido as injustiças sociais (fome, miséria, desemprego e abandono), sem falar é claro nos aumentos de preços que não figuram nos índices inflacionários, manipulação ou falta de critérios? A resposta para tal pergunta poderia ser encontrada no bolso furado do contribuinte e/ou nos demonstrativos de pagamento dos servidores públicos usados como "bode expiatório" nos tempos de crise planejada e sustentada por um presidente imperialista; políticos corruptos e corporativistas; mídia tendenciosa e fiel aos seus patrocinadores e mega-especuladores internacionais e nacionais em detrimento do povo e da nação.
Com o sucateamento dos estados e municípios devido à política neo-liberal adotada pelos últimos governos e erroneamente intensificada por FHC, que entregou de vez o nosso país ao capital (podre e especulativo) estrangeiro, sem falar da vergonhosa submissão ao Fundo Monetário Internacional - FMI em detrimento do nosso povo e colocando em risco a soberania nacional. Sem políticas sociais, industriais, tecnológicas e agrárias, sem contar a falta de incentivos a agropecuária é impossível crescer. E a mídia tenta enganar o povo como nas vinhetas do SBT (Sistema Babacão de Televisão) "com crise se cresce", o que cresce realmente é o patrimônio do dono da emissora. E o jornalismo PPT (Pobre, Podre e Tendencioso) da Globo que usa termos pejorativos para distorcer a informação quando são obrigados a engolir fatos gerados pela oposição ou seguimentos da sociedade civil e movimentos organizados. Não preciso nem citar os grandes jornais do país, pois nas suas manchetes estão expostos os subtextos bem endereçados. "Isto é uma vergonha".
O Brasil precisa acordar para construir o seu próprio amanhecer sem pedir benção aos Estados Unidos ou FMI, é certo que sobrevivemos a várias crises. Não obstante, esta que vivemos é a pior, pois estamos perdendo nossas reservas, empresas estatais que dão lucro, indústrias e o mercado interno, exportamos cada vez menos e importamos mais, sem dizer aquilo de principal que já perdemos e precisamos recuperar: O respeito, a dignidade e a cidadania. Acorda Brasil! Vamos lutar contra este modelo falido de governo antes da "dolarização" da economia, senão em breve a língua oficial passa a ser o inglês e você que já não tem direito de ouvir perderá o direito de falar, e voltaremos de fato aos tempos de colônia com a entrega do nosso território.
(Artigo publicado no editorial do Jornal da AEFJP em abril de 1999.)
Eustáquio Mário Ribeiro Braga
Servidor Público Estadual, lotado na Fundação João Pinheiro
Ex-Presidente da Associação dos Empregados da Fundação João Pinheiro - AEFJP
Ex-Diretor Financeiro da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Servidores da FJP - Fundacoop
Membro da Frente Contra a Destruição dos Serviços Públicos de MG
Membro do Comitê Institucional de Negociação Permanente - CENEPE
