por Jorge Baptista Ribeiro (*) em 10 de julho de 2005
Resumo: Será de bom alvitre para os brasileiros que não quiserem ser traídos e roubados, daqui por diante, examinarem com mais cuidado, os antecedentes daqueles que indicará para gerirem os destinos da Nação.
Depois de cerca de quarenta anos de estudos sobre a Guerra Revolucionária comunista e pensando que tinha a obrigação de difundir para os incautos o objetivo que a move: a tomada do poder e a implantação de um regime totalitário que só serviu para a locupletação de “Nomenklaturas”, cheguei à triste conclusão de que jogava conversa fora e pregava num deserto bastante carente de oásis.
Cansado de enfrentar chacotas de que em tudo eu via o fomento da luta de classes e até os fantasmas de Lenine, Gramsci, Mao, Fidel Castro, etc., embaixo da minha cama, jurei por tudo quanto é jura que pararia de abordar nos meus escritos e nos salões que freqüento, as falácias marxistas e as diversas práxis que as operacionalizam, vitimando a nossa gente e mantendo a nossa Terra como o eterno País do futuro. Jurei mais: por tudo quanto mais amo e exalço, jurei que não insistiria com meus alertas e apelos à comprovadas conclusões de que o partido, enganosamente, dito dos trabalhadores (PT), representava para o Brasil o que o marxismo significou para o Mundo: uma grande fraude.
Por dever de justiça, cabe aqui assinalar que o meu desencanto teve momentos de alívio. Um deles ocorreu quando li o poeta Mário Quintana que não me deixou só, pois assombrado com o alheamento nacional, desabafou-se com esta: "O Brasil é o único país no mundo em que ser comunista ainda é sinal de ter idéias avançadas”.
Lenitivo como este foi ajudado por alguns outros, dentre os quais destaco, o de autoria de uma das cabeças mais lúcidas e preparadas que o Brasil já teve e que está fazendo falta no mar de incompetência e má-fé que ora enodoa a Nação: “Para a burrice, não há limite superior. Há sempre uma burrice maior”. (Roberto de Oliveira Campos)
Funcionando como paliativos, de certa forma, me ajudaram a ser mais condescendente e melhor entender aqueles que vêem, mas não enxergam, fazem ouvidos moucos às advertências das poucas, mas sinceras vozes anti-comunistas e, por tal alienação, propiciaram a hegemonia das esquerdas retrógradas no processo eleitoral brasileiro.
Lá vem você de novo, seu direitista de uma figa, com a pregação que jurou deixar de lado. Você jurou, mas neste texto está descumprindo a jura de que não mais tocaria num assunto que levaria para o túmulo, por não despertar o interesse da massa que comeu gato por lebre porque quis, porque sonhou, por ser de fácil hipnotização ou por outras razões que a razão desconhece, mas a Psicologia das Massas explica - poderiam dizer meus caros leitores.
Explico: a partir de agora, deixo de lado as juras antigas para fazer uma nova: a despeito da minha frustração, volto à luta. Se por um lado, a indignação está nas ruas, porque o povão vem se sentindo traído e roubado, por outro, conheço a minha gente que é de fácil sedução por cantos de sereias e tem memória fraca. Portanto, preciso retornar a fazer a minha parte e, agora mais do nunca, no crítico momento nacional, relembrar que errar é humano, mas persistir no erro é burrice.
Mais fica reforçada a nova jura, em razão do que ultimamente tenho lido e ouvido. Muitas vozes que eu julgava de democratas perspicazes, continuam a sucumbir ante jogos de cena e piratarias semânticas, visivelmente se manifestando de modo politicamente correto, para não dizer que estão resguardando suas imagens e interesses. Insistem em subestimar a inteligência alheia, repetindo meias verdades sugeridas por outros “salvadores da Pátria”, de igual quilate ao dos que atualmente a estão levando para o fundo do poço e que pretendem manter a esquerda no governo e ipso facto, necessitando da permanência de Lula na desgovernança do País.
Sem perceber que a continuação de Lula significa legalizar os passaportes dos brasileiros para um regime político totalitário que nunca deu certo onde esteve presente, esse punhado de ingênuos nem desconfia que está produzindo a corda com a qual serão os primeiros a serem enforcados. Além do mais, essa ingênua tolerância vai permitir que o Presidente da República continue a proteger seus corruptos “cumpanheiros”, conforme facilmente se pode deduzir, pela sua recente afirmativa - no auge da atual crise -, enunciada ao presidir a comemoração dos 15 anos Foro de São Paulo (02/07/2005):
"O Foro de São Paulo nos ensinou a agir como companheiros, mesmo na diversidade".
Aliás, esse seu pronunciamento é a marca registrada da sua conduta. Sempre foi solidário com Fidel Castro nas diversidades e apressou-se a levantar a voz contra os críticos, em defesa do fanfarrão esquerdista Hugo Chávez. Somente os néscios acreditam que Lula foi sincero e não um artista, ao dizer que não deixaria pedra sobre pedra, enquanto, por intermédio de seus asseclas, tenta abafar no Congresso as apurações das safadezas dos seus companheiros que, a tiracolo, o auxiliam na caminhada em direção a causa socialista.
No estardalhaço nacional que ora ribomba Brasil afora, diante do que era esperado por um reduzido número de criaturas, jamais vencidas pelas cantilenas esquerdistas, o que mais me espanta é que se enfatiza a descoberta de anjos e homens sem pecados, no atual inferno petista, quando a voz das ruas exige a apuração da responsabilização de todos que, de uma forma ou de outra, procuraram se beneficiar por intermédio de ilícitos, dilapidadores do erário público. A começar pelo Chefe da Nação que, como chefe, é o principal responsável por tudo que acontece ou deixa de acontecer e devia. A argumentação de que vale a pena preservar o chefe, porque aventureiros estão na espreita, é uma insolência que se assemelha à ameaça dos corruptos desesperados que, vendo que os fatos os encaminham para o patíbulo, alegam um golpismo de direita.
Por fim, aproveito o ensejo da grave crise que assola o País, a fim de corroborar uma tese que sempre defendi: O Brasil é um País que é movido por escândalos que, por piores que sejam, sempre produzem dividendos pedagógicos, como os que a seguir enumero:
1 - Em primeiro lugar, precisamos ajudar os nossos congressistas concitando-os a ler Sherlock Holmes que ensinava ao caro Watson como é fácil encontrar os criminosos. Dizia que se devia procurá-los entre os que do crime se beneficiaram. Se foi Araponga que gravou as bandalheiras, isto não vem ao caso;
2 - Na atual caótica situação funcionou o vaticínio do ex-ministro e hoje deputado Delfim Neto - experiente raposa da política brasileira -, de que “O PT precisava ser governo para que o Brasil ficasse vacinado contra o PT” que, aliás, me fez lembrar do que, há mais de cento e trinta anos passados, o chanceler alemão Bismarck legara para as futuras gerações: “Os tolos só aprendem por experiência própria” que no popular significa: “Tem gente que só aprende apanhando”;
3 - Tem gente que, mesmo apanhando, não aprende, pois ainda não se inventou um remédio que curasse a burrice;
4 - Pobre Brasil que para ser passado a limpo (se desta vez vai) tem que agradecer ao Rouberto Jefferson (com trocadilho), que mesmo com “o sacrifício da própria vida”, teve a coragem que muitos homens - ditos de bem - que sabiam tanto quanto ele, não mostraram ter;
5 - Mais uma vez fica comprovada a moral comunista: “vale tudo e tudo se perdoa, desde que seja para beneficiar a causa: exatamente como Lenine ensinou aos seus discípulos”;
6 - Será de bom alvitre para os brasileiros que não quiserem ser traídos e roubados, daqui por diante, examinarem com mais cuidado, os antecedentes daqueles que indicará para gerirem os destinos da Nação.
(*) O autor, Coronel R/1 do Exército é bacharel em Ciências Sociais, pela então Universidade do Estado da Guanabara e estudioso da Guerra Revolucionária.