Quando se fala em liberação de drogas hoje proibidas, devia-se pensar em experiência anterior que fracassou, antes de argumentar que traria resultado positivo.
“O primeiro supermercado de drogas a céu aberto durou quase seis anos. Em 1991, a prefeitura de Zurique, na Suíça, transformou a estação de trens desativada de Letten em "território livre" para o consumo de heroína e cocaína. O lugar logo se tornou conhecido como Parque das Agulhas. Diariamente, centenas de pessoas iam até lá para conseguir a droga e se picar. Nos fins de semana, o número de freqüentadores chegava a 5 000. As seringas eram distribuídas pela própria prefeitura, preocupada com a disseminação do vírus da Aids. Os policiais vistoriavam o centro três vezes por dia, mas não conseguiam inibir o tráfico. Em 1995, a área foi fechada. A experiência havia fracassado. A idéia de liberar as drogas para controlar seu uso resultou no aumento do consumo e da criminalidade. Sobraram as imagens chocantes de gente injetando heroína nos braços, pernas, mãos, axilas e pescoço, em meio a seringas usadas, chumaços de algodão, sangue e excrementos” (Superinteressante Especial de setembro/1998, pág. 40).
Se na Suíça a liberação das drogas deu errado, aqui daria certo? Diz-se que "contra fatos não há argumento". E, nesse caso, tem havido muitos argumentos, mas prefiro acreditar nos fatos.