Maldição
Acorda e abre a janela,
o sol irradiando a vida
e respira no entanto,
o amargo sabor do fel.
A lua, cortejada no céu
pelo canto das serestas
ao som de violas em ré,
dançou a valsa dos sonhos,
partiu com um aceno mudo
e levou com ela a fantasia.
Deixou o pesadelo vivo
alimentado pela luz do dia.
Castigo da alma que vagueia
no mundo da solidão, filha
do pai desconhecido e nulo,
inocente que semeia o mal.
Sofre o flagelo profetizado
mas não ouvido e atendido,
feito pelo antigo sacerdote,
amordaçado pela vaidade.
13/11/05 Anderson Aguilar
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