Folha de S. Paulo
2/7/2012
SECRETARIA ACUSAVA PT DE ALICIAR SERVIDORES PARA CONSEGUIR
DADOS
DE BRASÍLIA
No ano do impeachment de Fernando Collor (1990-1992), hoje senador pelo PTB-AL,
o serviço de inteligência do Palácio do Planalto apontou que o PT estava 'aliciando'
servidores para obter dados contra o então presidente.
Os arapongas atribuíram a informação ao então deputado federal José Dirceu.
'Dirceu afirma que o PT vem desenvolvendo um trabalho de aliciamento junto a
funcionários do governo, no sentido de coletar mais dados sobre irregularidades
praticadas na máquina administrativa federal que envolvem, direta ou indiretamente, o
presidente Collor', afirma um texto datado de julho de 1992.
Naquele momento, segundo os agentes da Secretaria de Assuntos Estratégicos, os
deputados Dirceu, Sigmaringa Seixas (PT-DF) e Odacir Klein (PMDB-RS) 'estão
sendo acusados de serem os responsáveis pelo vazamento' de dados sigilosos
coletados na CPI do caso PC Farias.
Em outro documento, de 1992, as informações colhidas pelos agentes de
inteligência são atribuídas a José Genoino, então deputado do PT.
Segundo o relatório, ele citou viagem ao exterior do ex-presidente Lula e de Dirceu
para contatar o ditador da Líbia, Muammar Gadafi (morto em 2011), e Yasser Arafat,
presidente da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), morto em 2004.
O relato dá a entender que o PT, sem dinheiro após a queda do Muro de Berlim,
queria ajuda financeira. Genoino negou ter feito essas declarações e disse que isso
mostra a 'criatividade da arapongagem'.
Obs.:
PTPol - Trocadilho de "Interpol" e "polícia do PT", criado pelo senador Esperidião Amin durante a "CPI dos Anões do Congresso", em 1993. Amin estranhava a desenvoltura com que José Dirceu, deputado petista, apresentava documentos que só um espião poderia fazer - aliás, José "Daniel" Dirceu, então Presidente do PT, é especialista em Informações, Contrainformação, Estratégia e Segurança Militar, com treinamento em Cuba, e fez parte do MOLIPO, grupo terrorista criado pelo Serviço Secreto cubano. E ainda recebeu boa indenização por conta da traição ao País, entregue por "Numerário Miranda". O serviço sujo do PTPol foi fundamental para o impeachment de Fernando Collor de Mello.
F. Maier |