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Artigos-->EXPOSIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE EM OTTAWA -- 01/08/2012 - 19:19 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


EXPOSIÇÕES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE EM OTTAWA



 



L. C. Vinholes



 



A conveniência de divulgar informações sobre os países da América Latina e do Caribe como um grupo geopolítico e cultural foi o que levou as representações diplomáticas acreditadas no Canadá a promoverem duas mostras em Ottawa. A primeira foi de gravuras contemporâneas e a outra foi dedicada às capas de disco.



 



A mostra de gravuras realizou-se no Salão do Centro Nacional das Artes, durante o mês de novembro de 1985, com sessenta e cinco trabalhos de Antonio Segui, Fernando Maza, Roberto Páex (Argentina), Indrani Gall, Joyce Daniel (Barbados), Edith Behring, Faiga Ostrower, Lilia Palombini (Brasil), Ernesto Barreda, Gerda Kroneberg, Irene Dominguez, Mario Carreño, Mario Toral, Nemesio Antúnez (Chile), Armando Montoya, Margarita Monsalve, Oscar Jarmillo (Colômbia), Huberto Castro Garcia, José Gómez Fresquel, Wilfredo Lam (Cuba), Antonio Lucio Paredes, Luciano Mogollin Barona, Nelson Roman (Equador), Edna Manley (Jamaica), Alberto Gironella, Fernando Gonzalez C., Francisco Cporzas, Francisco Toledo, Gunther Gerzo, Vincente Rojo (México), Alberto Agapito Aburto, Eulalia Orsero Zunino, Joel Meneses Fonseca, Jorge Ara Manchego, José Huerto Wog, Milner Cajahuaringa (Perú), Balthazar Armas, Hárold Tobias e Rosa Maria Rodriguez (Venezuela).



 



O catálogo bilíngue em inglês e francês, línguas oficiais do Canadá, com reprodução das obras, em preto e branco, e dados técnicos pertinentes, oferecia também sucintos dados biográficos sobre cada um dos artistas que permitiam conhecer a formação de cada um, a realização de mostras individuais, a participação de mostras coletivas em seus países de origem e no exterior bem como as premiações recebidas. As técnicas mais utilizadas no fazer das 65 obras apresentadas foram a litografia (21) seguida pela serigrafia (18), água-forte (12) e xilografia (4).



 



Do catálogo da mostra figurou texto de apresentação preparado pela equipe técnica do referido Centro com a seguinte redação:



 



 



“Esta exposição de arte é no Canadá a primeira manifestação conjunta de um número representativo de países da América Latina e Caribe no campo artístico.



 



Na formação da identidade cultural da região da América Latina e do Caribe os valores do ocidente, da África e das culturas nativas, os problemas comuns do mundo em desenvolvimento e as raízes étnicas das respectivas sociedades, todas mostram muitas características estruturais similares, todas desempenham papel importante.



 



Destes elementos depende o futuro desenvolvimento da arte e da cultura da América Latina e do Caribe. O conjunto das obras aqui exibidas mostram, além da força pessoal e criatividade dos artistas, estas peculiaridades e valores comuns que identificam a região.



 



A pluralidade dos temas vistos nas gravuras, os diferentes processos de produção e o nível dos resultados, mostram a receptividade dos artistas para o diálogo e para a irrestrita troca de experiências além-fronteiras”.



 



Pouco mais de três anos depois do primeiro evento que obteve resultados gratificantes foi organizada a exposição de capas de disco, no Simard Hall da Universidade de Ottawa, aberta à visitação pública de 4 a 31 de janeiro de 1989 e, concomitantemente, a mostra paralela no Salão de Atos da Biblioteca Nacional, também na capital canadense, de 13 a 31 do mesmo mês. Contando com o apoio das duas instituições, o material de divulgação, inclusive o catálogo, com texto em português, espanhol, inglês e francês, serviu de concisa e oportuna introdução aos objetivos da mostra:



 



“Com a invenção do disco fonográfico no início deste século, o advento dos discos de longa duração em 1947 e, mais recentemente, dos discos compactos, as capas de discos que no início eram desenhadas com o simples propósito de proteger os discos e oferecer alguns dados de caráter técnico, evoluíram para converter-se em um meio de comunicação com o público. As capas de disco estão enriquecendo a percepção dos ouvintes oferecendo, junto com os textos convencionais, uma informação visual sobre as características das tradições artísticas e sobre as sociedades, lugares e tempos a que pertencem.



 



A criatividade expressa pelos artistas da América Latina e do Caribe e o desenho das capas de disco, combinam-se com o alto nível de refinamento alcançado pela indústria editorial, para convertê-las em Obras de Arte.



 



As embaixadas e altos comissariados de Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Guatemala, Guiana, Jamaica, México, Peru, Trinidade e Tobago e a Organização dos Estados do Caribe do Leste (Dominica, Granada, Montserrat, São Cristovão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e as Granadinas), decidiram organizar esta Exposição de Capas de Disco da América Latina e do Caribe, esperando mostrar ao público canadense em geral e aos amantes da música em particular, uma nova dimensão das culturas que representam”.



 



O evento no Simard Hall, visando atingir em especial o público universitário, contou ainda com a colaboração da Faculdade de Artes e do Serviço de Educação Permanente da Universidade que confeccionaram o cartaz que serviu para divulgar a mostra.



 



A inauguração na Biblioteca Nacional, dia 12 de janeiro, contou com a presença da bibliotecária chefe, senhora Marianne Scott, e do embaixador da Guatemala Federico Adolfo Urruela-Prado, decano do corpo diplomático acreditado em Ottawa que saudaram os mais de 250 participantes da inauguração.



 



A mostra contou também com apoio da revista mensal What’s on/Voici Ottawa-Hall, que na seção Museums & Galleries, do número correspondente a janeiro de 1989, divulgou a realização da mostra. O The Ottawa Citizen, principal jornal da capital canadense, na página Sunday Best (O melhor de domingo), coluna “our picks of what to see and do today” (nossas escolhas do que ver e fazer hoje), da edição de 8 de janeiro, registra o seguinte comentário:



 



“Agora aqui tem algo completamente diferente ... A arte que adorna as capas de disco da América Latina é hoje objeto de uma mostra diferente no Simard Hall da Universidade de Ottawa. O evento chamado de Capas de Disco da America Latina e Caribe, foi inaugurado na quarta-feira e continuará até dia 31. Algumas pessoas acreditam que as ilustrações das capas de disco estão se projetando como uma forma de arte assim como os cartazes para paredes - antes algo para por em paredes e depois descartar -  são agora colocados em molduras e apreciados. O evento no Simard Hall é parte de uma grande exposição que inclui 130 capas de discos e que será inaugurada sexta-feira na Biblioteca Nacional da Rua Wellington. O Simard Hall está aberto das 9  às 21h, os sete dias da semana. A entrada é livre”.



 



A colunista Nancy Baele, do mesmo jornal, nos seus comentários de 19 de janeiro escreveu:



 



“As capas de disco, originalmente destinadas a proteger os discos da poeira, estão sendo exibidas como arte na Biblioteca Nacional. Capas de Discos da América Latina e Caribe desempenham o mesmo papel de cartazes políticos. Graficamente fortes, eles transmitem mensagens não apenas sobre música, mas também sobre a situação do país e as aspirações do seu povo. O mais eletrizante vem da Jamaica com um quarteto mostrando Bob Marley e os Wailers tendo ao fundo dinâmicas letras vermelhas, assim como um desenho em preto e branco de prisões com uma massa de gente curvando-se à insurreição, na capa de um disco intitulado Black Uhuru Showcase. A mostra que continua até dia 31 de janeiro é uma coleção de capas de disco para merecer nossa apreciação individual”.



 



As duas exposições que tiveram resultados altamente gratificantes, foram realizadas depois de entendimentos e substantiva colaboração entre os diplomatas das embaixadas e altos comissariados dos países participantes. A medida em que o tempo era gastos com reuniões e preparativos concomitantemente crescia a sintonia de todos visando alcançar o melhor resultado com as duas exposições conjuntas. Até mesmo as horas passadas na Galeria U Frame It na movimentada Bank Street da capital canadense, quando todos se ocupavam com a confecção das molduras, o clima era o mais fraterno e descontraído. A título de reconhecimento pelo esforço e dedicação dos parceiros das reuniões preparatórias realizadas na biblioteca da Embaixada do Brasil em Ottawa, creio ser justo registrar seus nomes, o que faço seguindo a ordem alfabética dos respectivos países: Deborah-Mae Lovell, José Luis Santiago Pérez-Gabilondo, Irene P. Stubbs, Gayle C. Francis-Vaughan, Andrés Barbé, Santiago Reyes-Borda, Dagoberto Rodriguez, Maria Elena Sandoval, Charles H. Robertson, Barbara Ann Theobalds, Jorge Alvarez Fuentes, Edward A. Alexander, Ernesto Delgado e Laura-Marie West. Passados mais de vinte anos desde a realização do último evento certamente hoje alguns deles já gozam da merecida aposentadoria.


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