- Desafiando o “Mar de Dentro”
O “Raí” pretendia percorrer o trajeto entre Porto Alegre e a praia do Cassino singrando parte do Rio Guaíba e a Laguna dos Patos. A inédita jornada enfrentaria as adversas condições climáticas, ventos fortes e grandes ondas características da Laguna. Não satisfeito com o ineditismo da proeza, pretendia quebrar dois recordes: remar 65 km sem paradas e navegar 470 km.
- Apoio Logístico
O “Raí” contava com apoio terrestre proporcionado pelo Ir:. Rodrigo Patrício – o “Chico” (produtor e piloto off road) e Jaime (piloto off road), com suas viaturas 4x4 e apoio fluvial executado pelos dois caiaques oceânicos, modelo Cabo Horn da Opium Fiberglass, pilotados pelo Professor Hélio Riche Bandeira e eu além do veleiro “Ana Claci” capitaneado pelos tarimbados Comandantes Cel PM Sérgio Pastl e Norberto Weiberg. A cobertura foi realizada pelos nossos novos e caros amigos Juliano Ambrosini (diretor e câmera), Fernando Rossa (assistente de direção e som direto), Gerson Silva (diretor de fotografia), Deise Campos e Luciano Schoeler (apoio de produção).
- Preparativos Finais – 03.01.2014
Resolvi pernoitar na Raia 1, nosso local de partida. O Hélio veio à tarde para deixar o seu caiaque e aproveitei para ir com ele, de carona, até a Marina do Lessa deixar parte do material que seria transportado pelo veleiro “Ana Claci”. Lá encontramos nossos diletos amigos Pastl e Norberto. Estes dois veteranos já nos acompanharam em outras jornadas pela Laguna e conhecem, como poucos, os segredos daquelas paragens.
- Partida – 04.01.2014
Hoje pela manhã, partimos, por volta das 05h30. A cobertura realizada pela reportagem condicionou nossa largada à luminosidade necessária para a tomada de imagens. Como sempre eu teria preferido partir mais cedo quando as massas d’água estão mais calmas e assistir ao romper da aurora depois de ter remado por mais de uma hora.
Aproveitamos a calmaria para aproar diretamente para a Ponta Grossa e acompanhamos lentamente a progressão da prancha a uma média de 4,7 km/h. Fizemos nossa primeira parada na face Sul da Ponta Grossa. Depois de um breve descanso partimos e eu fui à frente com o objetivo de aportar próximo à ilha das Pedras, nas proximidades de Belém Novo, para fotografá-los. O “Raí”, porém, resolveu margear, evitando o vento, passando distante da Ilha e tive de me contentar com as imagens de gaivotas que por ali perambulavam.
Fizemos nova parada na ponta do Arado Velho e partimos para a Ilha do Chico Manoel. No caminho o Hélio teve de fazer uma parada sentindo fortes dores em decorrência de uma pedra nos rins. Encontrei o veleiro Ana Claci, nas proximidades da Marina do Lessa, e estava voltando para verificar o que acontecera com o Hélio quando o Cel Pastl me chamou e disse que ele telefonara avisando que logo estaria em condições de prosseguir.
O veleiro seguiu rumo a Itapoã e nós aportamos na Ilha do Chico Manoel onde ingerimos algumas frutas e sucos antes de prosseguirmos. Navegamos com destino à Praia Lami passando pela Ponta do Coati e pela bela reserva do Lami onde fizemos mais uma breve parada. Depois de contornarmos a face Sul da Ponta avistamos uma placa que recomendava uma distância mínima de 200 metros da Área de Proteção Ambiental, o único problema é que só se conseguia ler o que estava escrito nela a uns vinte metros, uma armadilha, talvez, dos talibãs verdes e ecoxiitas.
Paramos no Lami onde se encontravam o Juliano, o Rodrigo e o Fernando. Os ventos fracos não prejudicavam a progressão dos caiaques, mas, dificultavam a navegação para o “Raí” que precisava margear aumentando significativamente o trajeto. Fizemos mais duas breves paradas antes de aportar definitivamente no restaurante Butiá do Sr. Henrique Möller, em Itapuã, depois de remar quase cinquenta quilômetros. O Henrique permitiu que acantonássemos nas suas instalações e nos brindou com um churrasco.
- Rumo à Varzinha – 05.01.2014
O segundo dia foi todo de “vento em popa”. O vento do quadrante Norte nos empurrou até o Farol de Itapuã, onde realizamos uma breve parada na “Praia da Fortaleza”. Seguindo viagem contornarmos a “Ponta da Espia” – rumo Leste, o vento amigo mudou, então, para o quadrante Oeste.
Ao transpor a Ponta avistamos duas enormes argolas, de uns trinta centímetros de diâmetro, “fixadas às rochas com chumbo derretido” (chumbada), que faziam parte de um sistema que dá nome à Ponta (Espia), que visava facilitar a entrada no Guaíba quando soprava o vento Norte. As embarcações faziam uso das argolas para, tracionadas através de cabos, vencer a “Ponta da Espia” onde se localiza, hoje, o Farol de Itapuã. Aqueles que contestam essa teoria talvez nunca tenham lido o relato de Henry Walter Bates, em 1849, subindo o Rio Amazonas:
Quando começava a soprar o vento Leste, o chamado “vento geral” do Amazonas, os veleiros avançavam rapidamente Rio acima, mas, quando não havia vento, eles eram obrigados a ficar ancorados perto da praia durante vários dias, às vezes; havia, porém, a alternativa de subir laboriosamente a corrente, com a ajuda da espia. Essa forma de navegação processava-se da seguinte maneira: uma montaria (pequena embarcação) era mandada à frente, com dois ou mais homens, os quais iam puxando um cabo de cerca de vinte ou trinta braças; uma das extremidades do cabo ficava amarrada no mastro do veleiro e a outra era passada à volta de um galho ou do tronco de uma árvore. Os homens puxavam então o veleiro até o ponto onde se achava a árvore, depois embarcavam de novo na canoa e levavam o cabo mais adiante, repetindo a operação. (BATES)
Aportamos na bela Praia do Tigre para um breve descanso sob os olhos atentos da tripulação do “Ana Claci”. Prosseguimos margeando os quase 15 km da “Praia de Fora” onde avistei uma capivara passeando languidamente. Fiz uma parada aguardando meus parceiros, mas o “Raí” passou ao largo direto e segui em frente, então, estacionando em um pequeno bosque de eucaliptos de onde poderíamos realizar uma travessia terrestre economizando energia, mas o “Raí” preferiu contornar todo o “Pontal das Desertas”.
Eu e o Hélio carregamos nossos caiaques e bagagens para a margem oposta e mergulhados nas límpidas águas da Laguna onde ficamos aguardando nosso parceiro chegar. Daquele ponto podíamos avistar nosso destino – a “Praia da Varzinha”. O vento, mais uma vez, ajudou e veio do quadrante Sul nos empurrando até a Varzinha. Chegamos bem e a equipe de terra já tinha tomado todas as medidas administrativas necessárias junto ao Richard Baur, administrador do Camping da Varzinha. O acampamento tinha sido montado impecavelmente onde foi servida, logo após o banho, uma refeição saborosa preparada pelo Fernando e os caiaques, por segurança, foram armazenados na própria casa do Richard. Percorremos, neste dia, pouco mais de 40 km.
- Rumo à Fazenda Vitória – 06.01.2014
Partimos cedo rumo à “Ponta do Abreu” e depois de uma breve parada rumamos para a “Ponta do Anastácio” desviando da Boca da Lagoa do Casamento. O vento de Este obrigou o Raí a desviar a rota obrigando-o a fazer uma longa curva aumentando consideravelmente o trajeto. Remei diretamente para a “Ponta do Anastácio” onde deveria estar ancorado o “Ana Claci” de onde poderíamos acompanhar atentamente o deslocamento do Hélio e do “Raí” e intervir caso necessário. Felizmente os navegadores chegaram bem e pudemos curtir, juntos, as belezas e o encantamento deste belo local. Tão agradável que motivou a toda equipe do “Ana Claci” desembarcar o que no caso de meu caro amigo Cel Pastl é uma raridade.
Os amigos cumprimentaram-me efusivamente pelo meu natalício. Desde janeiro de 2009 até janeiro de 2013 que comemoro meu aniversário durante minhas jornadas pelos amazônicos caudais, desta feita, como percorri o Rio Tapajós na sua estiagem, em outubro, pude celebrar meu natalício em plagas gaúchas.
Partimos rumo Sul e o vento forte, vindo de Este, atrapalhou, significativamente, o deslocamento do “Raí”. Nossos caiaques deslocavam-se a 4 km/h sem o auxílio do remo e a prancha do “Raí” parecia ancorada. Fomos algumas vezes até o veleiro degustar alguns petiscos e continuamos, lentamente, acompanhando o “Raí” até que avistei, ao longe, o local onde na primeira descida pela margem Oriental eu procurara abrigo e pernoitara. Fui até lá conversar com o encarregado para o caso de não conseguirmos chegar ao nosso destino. Já tinha acertado todos os detalhes com o capataz quando o Hélio surgiu ao longe. O caro amigo informou que o “Raí” estava vindo devagar e que seria, mais tarde, rebocado e nós devíamos nos deslocar até a Fazenda Vitória como o programado.
As vagas tinham aumentado substancialmente, mas os dois “Cabo Horn” da Opium Fiberglass simplesmente não tomavam conhecimento das mesmas mantendo sua estabilidade. Depois de remarmos sem parar vinte quilômetros avistamos o jeep do “Chico” exatamente nas coordenadas estabelecidas. Ele deslocou a viatura até uma casinha de madeira próxima a um canal de irrigação onde acamparíamos devidamente autorizados pelo proprietário Sr. Silvio Machado da Costa. Adentramos no Canal e preparamo-nos para o pernoite.
O veleiro, rebocando o “Raí” chegou quando o Sol já se punha no horizonte. Mais uma vez o Fernando foi nosso mestre cuca e depois do jantar a equipe apresentou um bolo de aniversário com velinha e tudo que foi degustado por todos. Abaixo transcrevemos o texto da equipe terrestre:
Hoje a saída da equipe foi às 05h30 da manhã, aproveitando o início do dia com iluminação boa e sol fraco. A tendência é percorrer mais 60 km e chegar a Palmares do Sul. O contato com a equipe que participa da Travessia está cada vez mais difícil devido ao péssimo sinal de telefonia na região, há pouco tempo conseguimos contato com o “Raí” e as notícias não são nada boas. Hoje a Laguna mostrou sua face, um vento muito forte entrou e prejudicou a remada. A situação foi de risco, as ondas atingiram meio metro e Raí ficou à deriva, precisando ser rebocado por 20 km pelo veleiro de apoio. Além disso, ele só conseguiu ficar na água por outros 40 Km com a ajuda dos Caiaques do Coronel Hiram e do Professor Hélio. Ambos são exímios conhecedores da Laguna e puderam dar suporte ao atleta. Os ventos, porém, colocam em xeque a continuidade do projeto, pois um ciclone se aproxima nos próximos dias e continuar a remar pode colocar em risco a vida de algum integrante da equipe. No momento, toda a trupe está reunida na Fazenda da Vitória em Mostardas e aguarda o dia de amanhã para verificar as condições climáticas futuras com mais certeza. Após isso, será reavaliado a continuidade do projeto. Abaixo uma mensagem do Raí e da equipe, após saberem das mensagens de apoio recebidas por aqui:
Galera estou de uma forma ou de outra, recebendo todas as vibrações positivas de vocês, mas o desafio é grande. Estou indo do céu ao inferno dentro da Laguna. Nunca passei por algo assim! Obrigado por todo apoio, isso é muito importante para nós. Obrigado! Leandro Raí e toda a equipe Travessia Mar de Dentro.
- Rumo ao Porto do Barquinho – 07.01.2014
Partimos eu e o Hélio e deixamos o “Raí” consertando sua prancha. Não havia garantia de que ele iria remar hoje. As vagas, vindo de Noroeste, chegavam a 1,5m, mas, eram cheias e regulares de modo que não prejudicavam, absolutamente, a progressão dos caiaques oceânicos que navegavam em águas conhecidas. Fizemos apenas uma parada antes da Ponta de “São Simão”, a biodiversidade nos encantava nunca havia vislumbrado tamanha quantidade de capororocas, eram bandos enormes pousados mariscando nas praias ou singrando horizontes.
Capororoca (Coscoroba coscoroba): possui plumagem branca com a ponta das asas negras, o bico e os pés são vermelhos. O capororoca é um ganso, mas alguns biólogos, erroneamente, o classificam como cisne tendo em vista seu tamanho. (Nota do Autor)
Chegamos exatamente às 15h00 no Porto do Barquinho, em Mostardas, depois de remar tranquilamente 50 km. A equipe de terra já estava a postos e aguardamos ansiosos a chegada do “Raí” e do veleiro. Decidi, pela primeira vez nesta jornada dormir na barraca com o Hélio já que, com o tempo bom e a noite estrelada, dormir ao relento era muito mais agradável. O “Raí” chegou antes do veleiro, ele fora rebocado até a “Ponta de São Simão” e dali, enquanto o veleiro contornava o enorme banco de areia de 15 km de extensão, rumou direto para o Barquinho.
A noite foi extremamente agradável, o pai do “Chico” – Ir:. Jaime, um veterano jipeiro, preparou saborosos bifes na chapa. Nuvens carregadas surgiram no horizonte e, preocupado, indaguei ao Cmt Pastl se havia alguma previsão de ciclone, ele me afiançou que sim, mas que o mesmo passaria longe de nossa posição e com essa informação nos recolhemos às nossas barracas permanecendo embarcados apenas os dois veteranos amigos – Pastl e Norberto.
A temperatura dentro da barraca estava insuportável até que por volta das duas horas da manhã fomos brindados por uma leve e fresca brisa. Não demorou muito para que este almejado anseio se transformasse em pesadelo, um ciclone, com ventos de 100 km/h zunia sobre nosso frágil acampamento. Segurei os estais da barraca com força, a água passava pelo forro “impermeável” encharcando tudo, por várias vezes comecei a rezar o Padre Nosso, o pavor fazia-me esquecer da letra da prece. Durante uns trinta minutos nossas barracas foram castigadas, açoitadas até que de repente sobreveio a calmaria.
Depois de verificarmos se todos estavam bem voltamos nossa atenção para o veleiro que parecia nada ter sofrido. Ledo engano, o Chico informou que luzes de lanternas piscavam em um dos molhes. A localização, porém, era bastante diversa da que estivera ancorado o Veleiro e achei que se tratava de um barco de pescadores. Resolvemos que o “Raí” deveria ir até lá verificar, a prancha era mais fácil de colocar na água do que os caiaques, e ficamos momentaneamente aliviados quando ouvimos o Cel Pastl gritar que estava tudo bem.
O “Raí” ao voltar afirmou que os Comandantes estavam bem, mas que o veleiro naufragara, custamos para acreditar que não era uma brincadeira de mau gosto. O “Raí” disse que os dois estavam embrulhados em uma lona nas pedras e que ali permaneceriam até o clarear o dia. Coloquei minha lanterna de cabeça, pusemos o caiaque e um bote de borracha na água, amarrei o bote ao caiaque, e fui resgatá-los. Os bravos marinheiros tinham conseguido tirar grande parte da carga do Ana Claci antes que este afundasse. As ancoras tinha sido arrancadas, o veleiro arrastado e jogado contra as pedras escorregadias, felizmente os dois estavam bem.
- Porto do Barquinho – 08.01.2014
O Capitão pescador Jaime de Souza Laguna, seus auxiliares Juarez de Souza Laguna e Leonardo de Souza Laguna se prontificaram a resgatar o “Ana Claci”. A exaustiva operação envolveu todos os participantes da Travessia até as 23h30 quando o veleiro ficou numa posição que permitiria rebocá-lo por uma máquina desde a margem. Abaixo a nota da equipe de apoio:
Entre os dias 07 e 08 de janeiro um ciclone extratropical atingiu a Laguna dos Patos com ventos de mais de 100 km/h que naufragaram o veleiro que prestava suporte ao Leandro Raí e ao restante da equipe. Durante o dia de ontem, o trabalho foi para resgatar o veleiro. Uma tarefa manual, árdua e exaustiva para toda equipe.
Nesta difícil e extenuante operação de resgate pude comprovar o valor destes jovens que deram mostras de uma dedicação, entusiasmo e força de vontade que raras vezes tive a chance de observar. Meus parabéns a esta valorosa equipe e contem conosco para dar continuidade a este projeto ou a outros similares – “Tamo Junto!!!”.
Fonte: BATES, Henry Walter Bates. Um Naturalista no Rio Amazonas – Brasil – São Paulo, 1979 – Ed. Itatiaia.
- Livro do Autor
O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS e na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br). Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover
v=onepage&q&f=false
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Solicito publicação:
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
Colaborador Emérito daAssociação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com
Blog: http://desafiandooriomar.blogspot.com.br
13 anexos
Conheça o Estado policial fascipetista denunciado em livro por Romeu Tuma Jr., acessando:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-livro-bomba-tuma-jr-revela-os-detalhes-do-estado-policial-petista-partido-usa-o-governo-para-divulgar-dossies-apocrifos-e-perseguir-adversarios-caso-dos-trenes-em-sp-estava-na-lista-el/
Leia os textos de Félix Maier acessando:
1) Mídia Sem Máscara
http://www.midiasemmascara.org/colunistas/10217-felix-maier.html
2) Piracema - Nadando contra a corrente (textos mais antigos)
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3) Piracema II – Nadando contra a corrente (textos mais recentes)
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