Aquele velho prédio era do Nagib, um comerciante muito rico e respeitado naquela cidade em que vivia. Durante a semana ele tinha as portas de aço abertas, na parte de baixo dele, durante o horário comercial. Era ali que ficava a loja de móveis do “turco”.
Assim era que ele era conhecido, apesar de não gostar e de ficar bastante bravo quando era chamado dessa maneira. Quando isso acontecia, ele respondia, com aquele seu jeito de falar confuso, que era justamente o motivo de o chamarem daquela maneira:
- “Turco é a puta que piriu. Eu sô sírio-libanês. Nagib nascer lá no Líbano e não ter nada de turco nom”.
- “Puta que piriu coisa nenhuma Nagib”, a pessoa que o tinha deixado bravo respondia, imitando ele e dando uma sonora gargalhada, pra depois dizer com a intenção de deixa-lo com mais raiva ainda: - “É tudo a mesma merda. Turco, árabe, sírio, seja lá o que for. É tudo gente engroladora que vende um monte de porcaria pros outros pra ficar rico”.
- “Turco num presta. Se Nagib fusse turco Nagib tinha dinhero. Nagib só vende coisa bom em seu luja e vêndi fiado pra ajuda quem num pude cumprar di veiz”.
- “Eu to sabendo, seu turco safado. Te conheço desde que você chegou daquela sua terra. Não tem dinheiro no banco porque guarda no colchão”, a pessoa que conversava com ele dizia querendo deixar o Nagib mais irritado ainda.
Ao lado das portas de aço do prédio tinha uma pequena porta de vidro, que estava à semana toda fechada e, que dava para a escada de pedra, imitando mármore, que levava para o primeiro andar. Ela só era aberta no sábado à noite.
Subindo essa escada as pessoas davam em um enorme salão, que tinha o piso feito com tábuas largas e bem encerado, todo cercado de mesas pequenas e cadeiras, onde os garçons serviam as bebidas desde que ali abria até as quatro da manhã, hora que os músicos paravam de tocar.
Em uma das pontas desse salão tinha um pequeno palco, para esses músicos tocarem em suas guitarras as seleções de música romântica, os sambas rasgados, os forrós e os outros ritmos que alegravam a madrugada. Ali era um salão de baile.
O Nagib era uma pessoa que podia ser chamada e considerada como um “sujeito legal”. Dono de uma barriga avantajada, um bigode farto e pontudo, ele era também um cara bastante falastrão. Apesar de ser um sujeito bastante enrolão, todo mundo gostava dele.
Ele era um coroa solteirão que vivia á muitos anos no Brasil e que tinha aprendido a gostar de um samba, de uma mulata e a apreciar uma boa cachaça. Como era dono do prédio em que funcionava aquele salão de baile, o “turco” todo o sábado ia lá, onde passava a noite dançando. De madrugada sempre descia com uma mulher, quase sempre uma mulata, e a levava para a loja onde a comia em um dos sofás que estavam cobertos com um plástico para evitar que sujassem.
Durante a semana os amigos estavam sempre brincando com ele:
- “Você precisa casar “turco”. Parar com essa vida de ficar trazendo uma morena diferente, de cada vez, pra comer na loja”.
- “Turco é puta que piriu, eu já falou. Nagib vai quisar pra qui? A vida ta bum anssim”.
- “Bum anssim uma porra, o amigo dizia imitando e caçoando dele. Você não casa pra não dividir o seu dinheirinho com ninguém”.
O Nagib pensava: “Com o sulão di baile ai em suma Nagib vai quisar pra qui? É só discer com as milheres pra luja e num pricisa gastar nada. Nagib fica sulteiro a semana tuda e nu sábado cume as mulher dus otros. Quisar pra qui si Nagib nem ta pixonadu?”
Só que teve um dia em que as coisas mudaram para o “turco”. Ele encontrou uma mulher que era diferente e se apaixonou.
Um sábado o Nagib conheceu e dançou a noite toda com uma mulata, muito bonita, chamada Dagmar. Ela estava vestida com uma blusa branca, que os seios enormes que ela tinha forçavam os botões, e com uma calça vermelha, muito justa, que apertava as suas pernas grossas e mostrava que ela era cheia de carne. Tinha uma bunda enorme e o Nagib gostava de mulheres assim.
De madrugada, depois dele ter tomado algumas cachaças e ela várias outras bebidas, os dois desceram até a loja. Como era uma mulher muito fogosa, que adorava trepar, ela chupou bastante o Nagib e meteu com ele cheia de vontade.
Ele a achou muito gostosa, mas não mais que muitas outras que tinha trazido até ali, pois para ele as mulheres eram todas iguais.
Depois de dar uma bela trepada o “turco” pensava: “Milher sum tudas igual purisso Nagib num pixona. Nagib gusta de cume milher duferente”.
Enquanto o “turco” tinha esses pensamentos ele olhava para a bunda da Dagmar e o seu pau ficou duro de novo. Ele falou então pra ela, com o seu jeito gozado de falar:
- “Nagib acha bunda de Dêguimar muito bunita. Tem muito vuntade de cume bunda de Dêguimar. Dêguimar num qué dá bunda pra Nagib”?
- “É claro que eu dou meu turquinho gostoso. Vou adorar sentir esse seu cacete enorme entrando no meu cuzinho. Vem, mete nele”, ela respondeu, dando risada do jeito do “turco” falar, e ajoelhou-se em frente ao sofá.
A Dagmar apoiou os braços e corpo no sofá, afastou bem os joelhos e ergueu a bunda, que já era bastante grande e ficou parecendo bem maior na posição que a mulata a deixou.
O “turco” não perdeu tempo. Mais do que depressa ele encheu a mão de cuspe, passou ele no pau e o meteu naquele cuzinho enrugado que tinha na sua frente e a sua disposição.
Nagib estava metendo com vontade naquele bundão, que ia e vinha rebolando freneticamente, quando a Dagmar soltou um peido bem alto.
Um sopro de ar quente saiu do cu dela e atingiu o saco do Nagib fazendo com que ele ardesse e que a porra jorrasse do seu pau na mesma hora.
O “turco” continuou metendo no rabo da mulata, como nunca tinha metido em outra mulher. Quanto mais forte o Nagib metia mais a Dagmar peidava e a cada peido que ela dava ele gozava mais uma vez.
Aquela semana o Nagib passou ela em sua loja calado e pensativo. Quando atendia um freguês não se esforçava para lhe vender algo e se um amigo tentava brincar com ele, ou deixar ele irritado, não conseguia.
- “Que é que você tem “turco”? Por que está quieto desse jeito o tempo todo?”
- “Num é nada num. Nagib só ta pinsando”, respondia sem antes dizer o costumeiro “turco é puta que piriu” e se a pessoa não falasse mais nada ele ficava durante horas calado.
Quando chegou o sábado o Nagib foi ao baile de novo e lá se encontrou com a Dagmar. Ao invés de ficarem bebendo e dançando para descerem na madrugada, eles foram para a loja assim que se encontraram.
Quando lá chegaram, a primeira coisa que o “turco” fez foi comer a bunda da mulata e assim que o pau dele entrou, ela deu novamente um peido alto.
Ele meteu na bunda dela até ficar cansado e durante esse tempo ela peidou várias vezes. Depois que a Dagmar soltou muitos peidos, e fez com que o Nagib gozasse o mesmo número de vezes, ele sentou-se ao lado dela no sofá, coberto de plástico, e lhe falou com um jeito muito sério:
- "Eu ter coisa muita séria pra falar pra Dêguimar. Nagib nunca quis quisar purque num cunheceu milher que dixasse Nagib pixonado. Agora Nagib muda de idéia e quer quisar. Ta pixonado pur Dêguimar e se Deguimar quizer quisar cum Nagib, Nagib quisa".
O “turco” casou com a mulata e os peidos dela o fizeram feliz para sempre.
CARLOS CUNHA : texto e produção visual
CARLOS CUNHA / o poeta sem limites
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