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Contos-->No escurinho da ilusão -- 01/02/2003 - 22:07 (Erika Mayrink Vullu) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fazia frio naquela noite. Era fim de inverno, mas o frio continuava a castigar. Ela resolveu ir ao cinema. Adorava aquela escuridão, aquela cumplicidade com a pipoca e com os gigantes da tela. As amigas tinham ido a uma festa, “balada irada”! Mas ela não estava a fim... queria sossego como há muito não queria. Será que me cansei dessas longas noites ao som de tecno e dance? Será que me cansei daqueles mesmos rostos, daqueles olhares que prometiam apenas alguns minutos, no máximo poucas horas?? Ela ainda não sabia. Sabia apenas que queria estar com ela mesma e mais ninguém. E assim foi. Feliz por estar com ela mesma, fazendo o que mais gostava: ir ao cinema!
Já com sua companheira pipoca em mãos, sentou-se numa poltrona bem no cantinho, sem ninguém ao lado. Lembra que ela queria ficar sozinha? Pois é, conseguiu. Apenas nos momentos iniciais do filme, mas ninguém pode dizer que ela não tentou.
Ele também procurava sossego. Estava sozinho há alguns meses. A namorada, ex-namorada, melhor dizendo, tinha ido embora... por que mesmo?! Ele não se lembrava. Lembrava-se apenas de que estava feliz assim, sem ela e sem ela. Ai! Que tranqüilidade!
Demorou, mas achou uma poltrona vazia. Sentou-se. Quem era aquela que comia pipoca sozinha na poltrona ao lado? Não se preocupou com ela, mas, aos poucos, sua tranqüilidade era invadida por um perfume ... invasivo?? Será que essa palavra existe??? Permissivo??? Essa eu sei que existe! Não sei!! Ele estava confuso, mas gostava daquela indefinição.
Ela se irritou quando ele se sentou. Tanto lugar vazio e ele veio se sentar justamente do meu lado!!! Que inconveniente!! E o perfume?? Ah!! Ela também sentiu o perfume dele... Não sabia se gostava, se a enjoava, se a convidava... Não sei! Ela estava confusa, mas gostava daquela indefinição.
Até que eles tentaram dividir o mesmo braço da poltrona... Ela encostou nele; ele encostou nela... Um tentou empurrar o outro; ou melhor, uma tentou, mas o outro insistiu... Esperou uma claridade do filme, ela olhou; ele também olhou... esperou outra claridade do filme, mas ela não veio. Ele veio, o beijo, inesperado, temeroso, seco...
Ela não mais escutava o som que sabia ser ensurdecedor. Ela sentia o som que nunca soube ser ensurdecedor. Estava gostando daquilo!
Ele não mais escutava nada!!! Sentia e estava gostando daquilo!
O beijo... Qual era mesmo o antônimo de seco?? Eles não se lembraram... sentiam... tocavam-se... adoravam-se... molhavam-se... Seria esse o antônimo??
E assim ficaram... indo e vindo um do outro... trocando pensamentos... desejos... promessas... Acho até que se prometeram um ao outro...
Mas o filme acabou. Que filme?? Quem era o bandido? Quem era a mocinha? Suspense? Romance? Drama? Ilusão???
As luzes acenderam-se... a magia acabou...
Ele levantou-se e foi embora.
Ela esperou, levantou-se e foi embora.
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