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Contos-->Expresso da tarde -- 18/11/2003 - 19:24 (Plínio Amaro de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Passeio pelas montanhas, o verde brilha, um friozinho gostoso. Eu estou numa cabine de um trem com confortáveis poltronas. Lá fora, camponeses colhem flores do imenso jardim. Crianças sobem nas frondosas árvores. Bois, vacas e cavalos pastam. Um pastor conduz as ovelhas.
Eu estou olhando para fora, admirando a linda paisagem. Um leve cheiro de mato molhado. Olho para dentro: uma poltrona vazia de frente para mim. Eu estou sozinho. Ouço constantemente o barulho do trem andando sobre os trilhos. Olho para fora e avisto, ao longe, uma linda e enorme casa de campo de madeira com várias estátuas na frente. Do trem, vendo essa tal casa, noto que um homem vestido elegantemente conduz um rapaz para dentro. Já passei por isso, deve ser um como eu.

Colinas no horizonte. Céu azul com nuvens branquíssimas. Eu visto uma calça preta, tênis, uma camisa de manga comprida azul lisa com gola e um suéter preto.
De repente, o barulho do trem cessa, mas ele continua andando com a mesma velocidade. Por alguns segundos, eu ouço um angustiante solo de guitarra cortar o silêncio. Eu estou olhando para a imensa e deslumbrante paisagem campal. Começo a sentir um agradável perfume no ar. Sinto algo cair sobre minhas pernas. Olho para elas, e, sobre elas, há uma margarida. Sinto a presença de alguém, mas isso seria improvável, pois a porta estava fechada, e não ouvi ninguém entrar. Então olho para frente.
Ali está você: minha inspiração, a menina linda, a ninfeta, sentada na poltrona na minha frente. Seus lisos cabelos castanhos claros, sua pele clara, seus olhos verdes. Com seus delicados e desejáveis lábios, você sorri para mim como quem pede um carinho. Essa é minha vontade neste momento, acariciar sua pele cheirosa e macia, beijar seu rosto e seus lábios.
Você veste um casaquinho branco de lã aberto na frente e um vestidinho preto, curto o bastante para deixar à mostra suas coxas. Eu a admiro por alguns segundos. Seu rosto é tão lindo...
Você olha para fora
Eu também
Mas quando olho para dentro
Mais ninguém.




*Um dos quatro contos do livro "Antes de abrir os olhos", com publicação mais recente no segundo semestre de 2002.
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