Sei que Raimundo Jacó
Ganhou um bom companheiro
Mas uma enchente de dó
Fez no meu peito um barreiro
E a saudade, num estouro,
Arrebenta o sangradouro
Que eu me ponho a chorar
Pois fiquei na soledade
Vinte anos que a saudade
Tá morando em nosso lar.
O meu sertão nordestino
Ficou triste sem seu filho
Porque José Marcolino
Foi cedo emprestar seu brilho
Ao que já tem o Infinito
Mas seu aboio bonito
Irá nos representar
À Suprema Majestade
Vinte anos que a saudade
Tá morando em nosso lar.
Ficamos eu e o Bira
E outros nossos parentes
Saudosos, seguindo a mira
Do alvo dos seus repentes
E a santa inspiração
Nas horas de aflição
Vem logo nos consolar
Com a musicalidade
Vinte anos que a saudade
Tá morando em nosso lar.
Mote: Fátima Marcolino
Glosas: Wellington Vicente
Porto Velho, 20/09/2007.