Foi no mínimo curioso quando, no domingo, dia 8 de abril, Edu Marques apresentou o "Sambíssima Trindade", com cinco componentes, no Palco da Piscina.
Trindade de cinco ninguém nunca tinha visto.
Como fui eu quem indicou essa turma para alegrar nossa tarde dominical, acho que devo um esclarecimento.
Edu Marques é um violonista da noite, com excelente repertório e composições geniais. Nos conhecemos desde os idos de 1998, quando fazia ferver os sábados da rua Marquês de Abrantes, no Flamengo. Ficamos amigos e até tomei a liberdade de citar seu nome como personagem de algumas de minhas Cronicas da boemia carioca no meu mais recente livrinho, "O Cameló da Cultura".
Na época o nome do grupo era "Conversa Afiada" e contava com mais de meia dúzia de componentes. Mas vida de músico é mais instável que previsão meteorológica em dia de frente fria. Um dia são uns que se vão, outro dia outros que vêm, por motivos os mais diversos. Assim sendo, certa feita, a turma que acompanhava o Edu nessas peripécias cantantes passou a se chamar "Mudando de Conversa". Depois veio a "Sambíssima
Trindade", e eram só três mesmo, posso garantir.
Parece que, com a inclusão de instrumentos de sopro, chegaram a adotar o nome de "Banda 100". Nomezinho bem insosso, diga-se de passagem, só justificado por fazer referência ao número da rua do Lavradio onde eles se apresentam todas as sextas-feiras a partir das 19 horas.
Acontece que criatividade é o que não falta nesse pessoal, e agora, com Edu no violão, Silvio no trombone, Marcelo no pandeiro, Monique no cavaquinho, e Chico Abreu na percussão (os dois últimos também são personagens importantes de Cronicas do meu já citado livro) o quinteto ficou conhecido como "Os Filhos da Pauta". Só eu é que não sabia.
Mas o que importa é que, com três ou com cinco, o conjunto de Edu Marques é 10.
publicada na revista da AABB - Rio
em abril de 2001 |