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Cronicas-->PAISAGENS DE MINHAS LEMBRANÇAS -- 09/08/2007 - 17:31 (Daniel Viveiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tenho tido sonhos grandiosos e irrealizáveis.
As paisagens em que eles se dão são de vastas extensões silenciosas de um deserto, ou montes verdejantes onde florestas incomensuráveis se perdem à distància do horizonte.
Percorro estes locais ermos com força inumana, sem dor e com uma alegria desconhecida.
Neles sinto que mais que areias, morros ou florestas, são minhas porções longínquas que revisito no espírito dos sonhos; uma aventura às profundezas arquetípicas de meu passado.
Percorro-os como se meus vestígios ancestrais se refizessem como imensos limites da memória infinita que guardo em mim, e sinto-me semideus expatriado dos espaços sem fim.
Criado como bicho solto no interior, ainda recordo os cimos dos morros crus de minha cidade natal, e trago a lembrança de meu Eu menino com os olhos admirados nas extensões de terra bruta que se perdiam na distància do olhar.
Eram momentos em que sentia o mundo pequeno aos meus pés de moleque gigante.
Nos cumes que conquistava, o orgulho de ser maior do que tudo que a vista alcançava! Toda aquele extensão era-me infinita de dentro para fora, não de fora para dentro...
Não eram os montes que se sobressaiam e eram os maiores no terreno: aos meus olhos infantis, era-o eu, firmemente calcado, dominador onde o ponto mais alto terminava...
Deus!, como eu era gigante!
Hoje, nas grandes cidades, fadadas a aprisionar a cada dia seus cidadãos com luzes artificiais e gigantescos painéis de propagandas, obrigando-nos a centrar o olhar cada vez mais aos efêmeros produtos humanos e cada vez menos à natureza, sinto um sentimento inoportuno de retornar onde ainda hajam estradas de chão, matagais intactos, morros com árvores seculares e pequenos riachos em cujas margens perdem-se vegetações úmidas e virgens no extenso campo afora.
Assim como sinto-me estrangeiro nas grandes cidades.
Assim como somente nelas me vejo estranhamente solitário.
É quando escrevo versos tortos, obtusos e mesquinhos.


Daniel Viveiros
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