Pensa numa pessoa nervosa. Não sou eu. Estou MUITO nervosa! Ando muito cansada e mal posso esperar pelas férias. Este foi o primeiro ano em que peguei um calendário e contei os dias letivos que ainda restam. Foi nesse estado que fiz revisão para a prova com os nonos. No A foi tudo bem, não exatamente como queria, mas tudo bem. É que gosto de silêncio absoluto. E isso na minha aula é impossível. Sou a professora que eles veem como amiga, é o que, muitas vezes, atrapalha. Quando não estou nos meus dias de fúria, levo numa boa, dou broncas e logo descontraio. Não gosto de ficar "brigada" com eles.
Hoje, mais uma vez, perdi minha cabeça. A revisão no nono B foi horrível! Eles não paravam de falar e, mesmo que eu os ouvisse falando da matéria, gritava com eles. Fiquei tão enfurecida com a graça de alguns mais infantis que não pensei duas vezes antes de dizer que não quero mais ser a paraninfa deles. Como posso fazer um discurso carinhoso para uma sala que não se calar na hora da revisão?! É muita falta de respeito. De consideração. Eu cheia de vontade de ensinar e eles cheios de vontade de me irritar!
Encontrei uns alunos quando estava pegando as crianças do período da tarde e perguntei se eles já resolveram quem colocar no meu lugar. Disseram que eu não posso fazer isso! Alguns foram se queixar com a coordenadora e ela disse que falaria comigo para que eu não desistisse.
Se ela me disser que não tem como, eu permaneço paraninfa. Mas estou triste. Descontenta-me a ideia de que vou falar para uma sala que me entristeceu. Gosto de falar com a alma. Sentir que tudo foi verdadeiro. Tem coisa mais gostosa do que uma declaração de amor sincera? E hoje não senti firmeza em alguns alunos do nono B. Confundo esse comportamento com falta de carinho. Se gostando de mim fazem isso, imagina se não gostassem! A Nicole, aluna dessa sala, está chateada. Disse-me agora que cogitaram um professor que mal conhece os alunos, pois dá apenas uma aula por semana. Ela falou: "o que ele vai falar pra gente?". Tesc... fico muito triste com isso. Os queridos, os que realmente me querem bem, estão magoados. E eu... destruída.
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