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Ensaios-->Falar De Um Bom Livro -- 21/11/2000 - 20:41 (Danilo Meirelles de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Falar de um bom livro.
Como seria falar mau de um livro? Pergunto eu, meu caro analista.
O que posso dizer, é que vejo minhas sandálias de couro aos pés de minha cama, a melodia harmoniza toda poesia do ambiente, encanta meus acordes auditivos, e minha cabeça se esvai, se esvai e se esvai a não mais do que um simples prazer literário.
Como escutar uma ressonância poética de um grande e recente amigo, o poeta e compositor João Medeiros Filho, e que dizia o seguinte: “ se sou poeta é porque sou e não porque quero”, transformou a maneira de compor, e fez nascer em min um prazer literário, o de escrever, e num mesmo instante, nasce também o prazer literal, o da leitura, o da imaginação, da referência poética, faz do amargo e da ânsia, as causas e as forma pretensiosas que buscam o verdadeiro elo, a única ligação, a aparição de seu efeito pela sua alteração de estado, pelo seu momento divino, mas que nem se sabe o quanto ainda poderei desfrutar desta ousadia.
“Causar o efeito poético”, dizia “murmurosamente” Umberto Eco em nosso primeiro diálogo, ele, em “ O Pós o Nome da Rosa”, e eu, apenas um aprendiz. Nunca se esqueça do leitor ele dizia, não me esqueço, foi o que respondi, jamais esquecerei pois você leitor, é quem irá compreender a construção de minhas sílabas, você é quem irá desfrutar de minha estrutura poética, de quem sabe até angustiar-se ou gozar de minha ação imaginária, pois o que estou propondo para você leitor, é algo que não considero extraordinário, mas quem sabe ordinário para um grande entendedor .
A primeira vez que o som de sua voz encontrou minha imaginação, foi suavemente, delicado, ele me ensinava o que era o efeito poético, e eu, pensava em conjunto para alcançar a compreensão de sua harmonia com o texto. Num dado instante, paro e me coloco a pensar, e refaço dentre outras tantas uma pequena comparação. A Bíblia também fora escrita desta forma, também se aproveitara desta analogia. E num outro momento de minha compreensão noto que kalil Gibran fazia comentários em dúbias interpretações sobre a causa e a imaginação que compõe para cada leitor, onde causa segundo ele, seria o contexto de toda descrição, e a imaginação uma surpresa para o leitor, ele fez isto com sabedoria e propriedade em “ O Profeta ”. Já Mc Luhan foi mais além, com suas profecias falou sobre a transformação do mundo em uma aldeia global, analisou os prolongamentos de nossa estrutura física, e que as mesmas estruturas circunscreviam os objetos que manipulavam nossas classes sociais, e num último instante nunca deixaria de propagar um bêbado, que através de Quincas Berro D’água, foi capaz de propor o humorismo e a sátira consciente de Jorge Amado, contrastando cenas de uma sociedade, desequilibrada e persuadida para uma melhor posição sócio-estatal.
A extrema importância em se estudar o “Pós o Nome da Rosa” foi o contato com processo lúdico e ao mesmo tempo com uma imaginação riquíssima de Umberto Eco, penso eu, que seria como ele mesmo faz em suas citações, o escritor deve dominar e controlar o que escreve, e nunca ser controlado pelo que escreve, deve-se utilizar de processos divertidos, quando propuser a diversão, usar expressões verídicas quando falar da verdade, e deixar para o leitor o gosto de imaginar e interpretar o conteúdo literário.
Umberto foi capaz de provocar em uma descrição de processo, uma ação literária, uma pequena chama para quem compreende, e se propôs em comprometer toda as informações que envolve esta mesma ação para entreter o leitor, desvendando toda mística da composição literária, realizando assim, uma perfeita anatomia de se empunhar de palavras.
Penso em você, que neste pequeno momento realiza em min o prazer, um grande prazer, ou quem sabe um imenso prazer de poder entender toda intenção do texto como forma de minha expressão. Dai a importância de se valorizar o leitor, pois você leitor é o artista principal, nós se quer podemos nos identificar. Reconheço que após todo estudo, me sensibilizei pelas formas de entreter o leitor, de reconhecer e ser reconhecido pela figura do personagem, de amar a postura literária de quem lê, e o naufrágio literal de quem escreve, de buscar entre linhas a liberdade, e aprisionar nestas mesmas entrelinhas o leitor até o momento de sua alforria textual confirmando toda ação sentimental como pessoa.
Contudo ofereço a você leitor, o prazer e o desprazer de me visitar como um universo literal, de poder entender o que não entendo, de viver o que jamais explorei, de me lançar como um simples, já que me considero e estou juridicamente apto a reconhecer suas fervorosas críticas, me apresentando unicamente como a mais frágil das formas de vida, me colocando na tentativa de expressar a simples e objetiva passagem que você leitor queira entender.
Peço perdão em momentos que não fui exato, mas acredito na importância de se entreter o leitor como obra principal da criação de uma passagem, e que seja ela inspirada em qualquer forma respiratória ou de vida. Agradeço a você leitor que num gesto de inspiração pode imaginar o que eu lhe propus e principalmente agradeço a Umberto Eco, pela paciência em todos os momentos que passamos juntos, eu em uma imensa descoberta e ele apenas na sua missão profissional.


























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