Almoço de negócios é um saco. Fica aquele papo de metas de vendas, mix de produtos, fidelidade do cliente, nível de inadimplência, ponto de equilíbrio, essas coisas de economês que absolutamente não combinam com meu estômago. Por isso, quando por dever de ofício sou obrigado a participar de um desses encontros, arrumo logo um jeito de me distrair.
Já tive problemas por isso, pois andava eu com a cabeça numa ilha deserta, em boa e saudável companhia, quando fui de repente interpelado por meu chefe. Tive que fazer uma ginástica danada pra sair do enrosco sem maiores consequências. Aprendi então que a gente deve ter sempre uma resposta preparada, do tipo bem genérico e vazio, como convém quando pouco se sabe e muito menos se deseja saber.
Ontem aconteceu novamente um desses almoços, marcado para um restaurante chique da cidade. Mesa comprida, com uma bela toalha branca que se estendia até o chão. Éramos seis pessoas, entre as quais uma garota muito bem apessoada, que logo me chamou a atenção. Nem preciso dizer que foi eleita de imediato como meu motivo para distração oficial. Sentei-me bem à sua frente e após os cumprimentos e salamaleques de praxe, lá veio meu chefe com a lenga-lenga do economês. Enquanto a insípida conversa, que começara no couvert, ia avançando pelo prato principal, eu me ocupava em observar a bela fêmea que tinha à minha frente. Olhos claros, pele rosada, cabelos castanhos, lembrava-me uma atriz de cinema. Não conseguia lembrar qual delas e aproveitei-me disso para perguntar-lhe baixinho se ninguém a tinha confundido com uma artista assim. Ela sorriu e me confessou, com olhar cúmplice, que já a tinham chamado de Michelle Pfeiffer. De fato, era esse o nome que eu queria lembrar, aquela atriz de rosto encantador que me conquistou irremediavelmente quando vi “O Feitiço de Áquila” (Lady Hawke), aquele filme em que a personagem, vítima da maldição de um bispo diabólico, se tranforma em falcão durante o dia enquanto seu amado, à noite, vive como um lobo, e dessa forma jamais podem concretizar seu amor.
Mas voltemos à minha Michelle. Seu nome, aliás, era Kate, como simpaticamente me informou. Kate pelo jeito também detestava aquele papo comercial, de negócios, investimentos etc. Inclinada sobre a mesa, tentava cochichar comigo, embora isso fosse impraticável. O que fazer?
A resposta veio em seguida. Enquanto ela olhava para os executivos com um semblante de grande conteúdo mercadológico, senti que sob a mesa, um de seus pés, descalço, tocou minha perna. E ficou encostado nela, esperando talvez uma resposta, naquela linguagem muda, eloqüente e deliciosa que estávamos inaugurando. Tirei rapidamente meu sapato e retribuí o toque. Mais que isso, meu pé subiu lentamente pela sua perna, esfregando-se nela com procuração assinada pelo resto de meu corpo.
Ficamos assim alguns bons minutos trocando carícias ocultas, enquanto minhas mãos, trêmulas, mal conseguiam esconder o tesão que tomou conta de mim e se manifestava, duro e indócil, sob minhas calças. E quase explodiu quando aquele pezinho atrevido avançou alguns bons centímetros e alojou-se entre minhas pernas, em contato íntimo com meu sexo.
A essa altura, como se tivesse vida própria, meu pé também invadia áreas secretas da doce Michelle e suavemente se aninhou junto ao seu sexo, que ela me oferecia generosamente, ao deslizar na cadeira com as pernas entreabertas. E ali ficamos curtindo aquele sexo diferente, devidamente acoberado pelas toalhas da mesa, tão eficientes e discretas.
Nem preciso dizer que o almoço de negócios se revelou para nós o melhor negócio da praça. Saímos dali direto para um motel, para completar aquela longa preliminar. Kate-Michelle, além de linda, revelou-se amante fogosa e insaciável. Trocamos beijos ardentes pelo corpo todo e nos amamos intensamente a tarde inteira, antes de adormecer de pura exaustão.
Era perto das 10 horas da noite quando acordei envolto em nova onda de calor intenso. Debruçada sobre meu corpo, beijando meu sexo que também despertava, lá estava minha Michelle, iniciando uma nova e maravilhosa sessão de puro arrebatamento.
Que belo almoço de negócios.
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