Que faço quando fico tenso
E penso que já não suporto
A energia que explode em mim?
Quer faço quando acordo quente
Envolto em ondas que me atormentam
E sinto o desejo de abrasar-me inteiro
No braseiro doce de teu corpo ardente?
Há muito tempo me consome a chama
Dolorosa enquanto solitária,
Solitária enquanto desprezada
Tortura construída pela indiferença.
Quando voltaremos ao encontro íntimo
Única saída para meu inquieto ímpeto?
Quando poderei mergulhar em teu calor
E me queimar por inteiro em teus seios?
Quero amar-te tanto que não possa mais sentir-me,
Sentir-te tanto que não queira mais viver.
Quero fundir meu corpo ao teu espírito,
E discutir filosoficamente a origem das espécies.
Para descobrir enfim onde eu termino
E onde começamos nós, ou o que de nós restou.
