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Infantil-->O casamento de Dona Baratinha (folclore internacional) -- 08/10/2005 - 21:37 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos













O Casamento de Dona Baratinha


Era uma vez uma baratinha que varria o salão quando, de repente, encontrou uma moedinha:

- Obá! Agora fiquei rica, e já posso me casar!

Este era o maior sonho da Dona Baratinha, que queria muito fazer tudo como tinha visto no cinema. Então, colocou uma fita no cabelo, guardou o dinheiro na caixinha, e foi para a janela cantar:

- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?

Um ratinho muito interesseiro estava passando por ali, e ficou imaginando o grande tesouro que a baratinha devia ter encontrado para cantar assim tão feliz. Tentou muito chamar sua atenção e dizer:

- Eu quero! Eu quero!

Ele era muito pequeno e tinha a voz muito fraquinha e, enquanto cantava, Dona Baratinha nem ouviu.

Então chegou o cachorrão , com seu latido forte; foi logo dizendo:

- Eu quero! Au! Au!

Dona Baratinha se assustou muito com o barulhão dele, e disse:

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E o cachorrão foi embora.
O ratinho pensou: agora é minha vez! Mas...

- Eu quero, disse o elefante.

Dona Baratinha, com medo que aquele animal fizesse muito barulho, pediu que ele mostrasse como fazia. E ele mostrou:

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão! E o elefante foi embora.

O ratinho pensou novamente:
- Agora é a minha vez! Mas...

Outro animal já ia dizendo bem alto:

- Eu quero! Eu quero!

E Dona Baratinha perguntou:

- Como é o seu barulho?

- GRRR!

- Não, não, não, não quero você não, você faz muito barulhão!

E vieram então vários outros animais:

O leão, a onça, o tigre, o papagaio.





A todos, Dona Baratinha disse não: ela tinha muito medo de barulho forte. E continuou a cantar na janela:

- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?


Também veio o urso, o cavalo, o galo, o touro, o bode e até o jacaré.







A todos a baratinha disse não.


Dona Baratinha já estava quase desistindo de encontrar aquele com quem iria se casar. Foi então que percebeu alguém pulando, exausto de tanto gritar:

- Eu quero! Eu quero!





- Ah! Achei alguém de quem eu não tenho medo! E é tão bonitinho! disse a Dona Baratinha. Enfim, podemos nos casar!
Então, preparou a festa de casamento mais bonita, com novas roupas, enfeites e, principalmente, comidas. Essa era a parte que o Ratinho mais esperava: a comida. O cheiro maravilhoso do feijão que cozinhava na panela deixava o Ratinho quase louco de fome. Ele esperava, esperava, e nada de chegar a hora de comer. Já estava ficando verde de fome!

Quando o cozinheiro saiu um pouquinho de dentro da cozinha, o Ratinho não aguentou:

- Vou dar só uma provadinha na beirada da panela, pegar só um pedacinho de carne do feijão, e ninguém vai notar nada...

Que bobo! A panela de feijão quente era muito perigosa, e o Ratinho guloso não devia ter subido lá: caiu dentro da panela de feijão, e nunca mais voltou.
Dona Baratinha ficou muito triste que seu casamento tenha acabado assim. No dia seguinte, decidiu voltar à janela novamente e recomeçar a cantar, mas... Desta vez iria prestar mais atenção em tudo o que era importante para ela, além do barulhão, é claro!

- Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?






CARLOS CUNHA
O poeta sem limites






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