Confesso-te vencido!
Conclamo meus sonhos para sairmos em retirada!
Não te propus combate!...
Com o coração não se briga!
Não era vencível a minha inocência e nela percebo a derrota!
Fomos inocentes acreditando em ti!
Quase nada restou!
Fui alvo fácil por acreditar na tua desdita!
Vivi a tua vida e não fui capaz de viver a minha!
Os teus olhos miraram meu coração e as revelações que te fiz,
assinaladas aos teus tímpanos no calor dos nossos corpos,
são subterfúgios que utilizas para me culpar!...
E findo sepultando o meu doce amor,
crendo que fui e continuo sendo,
o único desertor!
Não te exasperes ao ouvir este suplicante enredo!
Cada um dá de si somente o que tem para dar!
Não importa se te ofereci demais,
mas compreendo que não soube como te ofertar!
Os nossos tempos eram diferentes e, infelizmente,
restou-nos ocupar, apenas,
espaços comuns... nada mais!
Coisa alguma restituirá as rosas, as flores e os jardins,
mas nesta rastejante queda cujo limite fora o chão - donde se emana e finda a criação - saberei suportar todos os sinais
sofríveis que assinalastes em meu corpo e na minh alma...
e um dia haverás de surgir, por esta mesma porta,
pedindo-me perdão!
©Balsa Melo
17.09.2005
Cabedelo - PB