Viver de amor.
Por amor.
Dar-se, doar-se, entregar-se.
Paixão correspondida.
Amor platônico.
Busca, entrega, renúncia.
Perder-se de amor e encontrar-se por amor.
Lealdade, fidelidade, felicidade.
Quantos de nós não se anulam por amor?
Escondem o coração de um no peito do outro,
Esperam do outro o que teriam a dar de si,
Decepcionam-se, desiludem-se, desesperam-se.
Outorgam culpa, esperam recompensa, reparação, obrigação.
Não questionam do outro a dimensão do sentimento.
Deprimem-se.
Negam a si novas chances.
Jogam fora oportunidades.
Cegos pela frustração só enxergam o holocausto.
O mundo desaba e a vida acaba.
Imaginam estratégias fantásticas, traçam planos mirabolantes.
Cometem desatinos em nome de sonhos, utopias.
Algumas vezes produzem herdeiros no sofrimento.
Até que um dia, após muito tempo perdido,
Aceita-se a perda como abandono,
Muitas lágrimas poderiam ter sido evitadas,
Muito desgaste poderia ter sido poupado,
Se o amor próprio fosse maior, se a valorização do ‘eu’ fosse real.
Perder-se de amor por alguém, mas antes de tudo,
encontrar-se, por amor a si mesmo.
Amar é lindo, mas o amor próprio é essencial...
Vera Celms
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