Agora o peso que me devora
Não é mais o peso do passado.
É o peso do futuro.
Quantos pesos terei de suportar
Para ter um presente?
Ou será que meu presente
É o meu único peso,
Sem passado ou futuro,
Pulverizados em um instante fotográfico
Em preto e branco?
Há as palavras a me emoldurar.
Mas a tela está sempre vazia,
Em branco...
Ou preto...
Um é amálgama de cores perdidas;
Mistura leitosa, uma cegueira alva.
O outro é ausência sentida;
Resto-me, consciente,
Cego do passado, ausente de futuro,
Arrastando-me em um presente obscuro.
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