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Poesias-->SALTA -- 14/03/2011 - 14:49 (Alexandre José de Barros Leal Saraiva) |
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Salta o desejo indecente da nudez
pretensão lúcida
inconsequente
de rasgar todas as roupas
iniciar os passos descalços,
sem carros, sem ruídos, sem remorsos.
Salta do décimo quinto andar o medo dos medos alheios
suicida de última hora, minha fome permanece a doer-me as entranhas
como se grávido
Eu
estivesse de minhas próprias profanações.
Salta sobre o trampolim de madeira a sombra de um espantalho
cujas mãos, de norte a sul,
anunciam a imobilidade mórbida
dos abutres, dos ventos, dos morros, das vidas e de todos os verdes campos.
Salta do ônibus lotado, uma desconhecida,
depois dela,
outra,
e mais outra,
e tantas são as desconhecidas
saindo da grande carroça metálica,
que me incluo naquela multidão espectral.
Salta do avião o menino de paraquedas,
e sua mãe,
salta de padre em padre,
rezando pelo doido
que quer voar: “Ele não pode voar. Ele não é pássaro”.
Diz a mulher.
O padre, tão mal acostumado a tudo escutar e fingir que tudo perdoa,
em terceira pessoa, apenas sonha em também saltar.
E todos se jogam.
E muitos morrem.
Vários pensam que morreram e sentem pena de si mesmos.
É tanto o desperdício dessa gente!
Estranho a maneira que me olham.
Se soubessem o que os amantes fizeram na tarde de ontem,
Saltariam
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