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Poesias-->HINO RACIONAL -- 24/04/2001 - 11:58 (JOÃO DE FREITAS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ouviram, no final de um plano trágico,

De um povo pobre o brado retumbante,

E só disparidade, em saltos súbitos,

Sufoca esse povo a todo instante.

Se a pior desigualdade

Conseguimos suportar de sul a norte,

Eu receio a sociedade

Venha a ter no seu salário mais um corte.

Está tramada

Outra arrancada.

Salve-se! Salve-se!

E assim o sonho intenso e o raio vívido

De amor e de esperança desvanece,

E o poderoso vem risonho e cínico,

Distorce o direito e prevalece.

Gritante pela própria natureza,

Perverso é o golpe sobre esse povo,

Que no futuro espera mais pobreza.

Perda agravada

Entre outras mil,

E outro ardil

está tramado.

O salário neste solo

Está tão vil!

E os preços,

A mil.

Se lá no parlamento é um berço esplêndido,

Aqui o pobre só vai para o fundo,

E agruras sofre o pobre e mais miséria,

Desanimado, só, num poço imundo.

Do que inferno mais ardido

Os tristonhos fins de planos têm mais dores,

Cada choque traz mais perdas,

E dessas perdas vem receio e mais horrores.

Está tramada

Outra arrancada.

Salve-se! Salve-se!

E assim o engodo eterno segue um ritmo

De medidas que sustentam o outro lado,

E diga-se que o dolo desses fâmulos

Faz no futuro um mundo atrasado.

Se o germe da injustiça está bem forte,

Verá que, se você não for à luta,

É alguém que espera agora a própria sorte.

Perda agravada

Entre outras mil,

E outro ardil

está tramado.

O salário neste solo

Está tão vil!

E os preços,

A mil.



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