Noite
É no escuro da noite
que encontro meus fantasmas.
No escuro, no espírito do sonho
destaca-se sofrida minh alma.
É dos fantasmas a hora!
Chegam com seus açoites
brincam com minhas palavras,
as que disse, e as que não disse.
Cobram-me o que fiz. e o que não fiz.
Em pesadelo transformam o sonho.
A alma pobre coitada,
sentindo-se pelos fantasmas, açoitada,
chora um choro sofrido
do flagelo sentido.
Perdão, perdão por tudo que fiz,
perdão pelo que não fiz.
Pede em prantos a alma, agora:
Que ainda não seja chegada
a minha hora das contas prestar.
E assim finda a noite
chega a alvorada,
e o corpo consegue despertar!
© Marlène Tavares
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