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Poesias-->Azinhavre -- 14/05/2000 - 22:24 (Amélia Alves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AZINHAVRE



Amélia Alves





Na boca cansada de lamento e apelo ,

pintou baton vermelho .

No bojo do tempo , em decoro e desvelo

passou rouge no espelho .

E sambou como nunca

_ porta–estandarte , destarte .



Na face em fogo , tisnada de sol e suor,

bebeu veneno e ferrugem .

De tanto correr , conviver , compartir ,

vestiu algodão e trapiche .

E aprendeu a vida de cor

_ colar de azeviche.



No sonho a sono perdido,

foi mudando de tempo e idade .

Afogou _se na bacia de roupa ,

e enxugou muita verdade ,

com tudo o que em vão reclama

_ a própria chama .



E viveu feito louca :

disse sim disse não ,

acendeu vela pra defunto pagão ( e quanto ! ) .

Mas , foi tudo coisa pouca ,

menos do que a dor da pele tinha

_ coisa mesmo comezinha !



Lavou-se a água e cloro , poro por poro ,

_ impureza , devassidão , tristeza e choro .

Sentiu o que tinha de mais claro

e exorcizou com tudo quanto é santo

essa crosta de animal raro

que padece e cresce por tanto

tentar ser o que quer :

negra e mulher .



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