O homem errante retornou,
Com vestimentas meigas-quentes-carinhosas,
-tal qual antigamente –
Na cantiga doce de seus lábios,
A mesma cantiga soprou,
Suavemente.
O amor de outrora retornou,
Reconfigurado-mudado-melhorado,
Com belas vestimentas se apresentou,
Mas ao invés do amor,
Com a dor me presenteou.
Pude ver maldade em seus olhos,
-Outrora tão doces?-
Malícia e cinismo em seus atos,
-Antes tão acalentadores?-
E me senti indecisa e triste,
E me senti idiota e traída,
E me senti como se uma faca me cortasse por dentro,
Tive, novamente, quinze anos.
Logo eu que achava que tinha mudado,
Que sabia me proteger,
Percebi que tinha muito o que aprender – e sofrer.
Talvez meu erro seja ter acreditado,
Talvez meu erro seja acreditar,
Talvez minha salvação seja desacreditar.
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