Não tenho mais paciência, e nem consigo falar de amor,
E já não mais me apaixono, e isso há tempos acontece....
Eu não sei.......
......frase vaga e ampla e profunda.
Eu não consigo falar do mundo, sou um egoísta,
Só falo de mim...... EU o meu pronome......
Uma amarga solidão, e falta de rumo, e fartura de vazio.
Não escrevo cartas de amor, poesias de felicidade,
Escrevo sim, uma interminável lista de palavras acres
Daquele garoto de subúrbio, olhando no espelho,
Num final de século tão indefinido,
Como muitos outros.....
E as reticências me salvam de tudo que tenho a escrever
E de nada que tenho a dizer......
Exorcizo-me nas palavras,
Peço perdão pela fraqueza que tanto disfarcei e camuflei
Nos risos e falsa alegria.
Busco um lenitivo,
Uma paixão que me enxágüe o coração
E me candei esse túnel há muito escurecido,
Que caminho, caminho, caminho mecanicamente só.......
....... só se tem um rumo quando se escolhi um caminho,
E eu não sei se escolhi.
Quero voltar, mas não sei se há ao que voltar.....
Queria poder dizer palavras verdadeiramente alegres,
E que há um lugar.
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