1.
É no instante que flui o dinamismo da Eternidade: por que negar-lhe movimento, como pretendia Descartes ?
2.
Até o que parece imóvel não cessa de prosseguir, como o rio de Heráclito. A imobilidade interior seria a consagração da morte, que, ainda assim, não lograria descartar-se do processo-vida.
3.
Tempo e espaço se fundem, quando o homem se conscientiza de sua divindade. O que lhe falta é viver o que já é, e não esperar que seja. Sinto-me inclinado a opor tal pensamento ao conceito do “pro-jeto” sartreano.
4.
Na dimensão do espaço-tempo, todos os instantes são um só: o outrora se dilui no presente, e o amanhã já é hoje. Essa imagem transcendental quer descortinar a onipotência do moto perpétuo, eclipsado, em vão, pelos sofismas do fenômeno.
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