Há tanto céu de azul estimulante
e há tanta luz entre fulgores e tremores.
Derrama-se de mim um delírio constante,
de angústia entre matizes e esplendores.
Àquele sentir suave na noite fechada, do ar,
com sabor que o beijo orvalhado vem ofertar,
brisa e obscuridade vão de par, pesar e pranto,
misturam-se: Minha figura e espanto.
É bem possível que um pouco do macio dessa flor
e um pouco mais do calafrio instigante dessa dor,
possam desassombrar o que está feito de aflição.
Possam despojar esse relento de pura agonia
e fazer respingar pelos raios do astro do dia,
pintando de azul-celeste o pulsar do meu coração.
»«2003»« Setembro/17
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