Se eu acreditasse em um deus, como aquele em que crêem os cristãos, eu gostaria de morrer hoje mesmo. Mas não iria poder fazê-lo, a menos que minha fé fosse o islamismo.
Como racionalistas, sabemos que nosso futuro não é um final feliz. Podemos ser bem-sucedidos e queridos por poucas décadas. Depois, nossa aparência torna-se gradativamente menos agradável, e vamos sendo esquecidos, perdendo as energias e os desejos, até um dia tudo parar para nós.
E é exatamente essa dura realidade que leva algumas pessoas a dizer que, sem crer em deus, a vida perde o sentido. Pois os cristãos acreditam que, após a morte, irão ser ressuscitados por Jesus e viver em um paraíso, onde não haverá morte nem sofrimento.
Se eu tivesse encontrado algum indício que me convencesse da existência dessa vida após a morte e do esperado paraíso dos cristãos, eu gostaria de morrer o quanto antes. Quem gostaria de ser um eterno velhinho ou uma perpétua velhinha no meio de imutáveis jovens e perenes crianças? Felizes seriam pessoas como Marilin Monroe, que morreu jovem, repentinamente, e estaria eternamente bela no paraíso, assim como os jovens do grupo Mamonas Assassinas, que foram destroçados num acidente em plena juventude.
Parece até bem simples e confortável crer assim. Entretanto, se eu professasse o Cristianismo, bater-me-ia num grave obstáculo: o suicídio seria um pecado, que, ao invés de para o paraíso, poderia levar-me para o inferno, ou lago de fogo, onde iria me queimar para todo o sempre. Assim, eu teria que me sujeitar ao envelhecimento se não tivesse a sorte de sofrer um acidente grave.
MAS,
Se minha fé fosse o islamismo, isso já não seria problema. O terrorismo suicida poderia evitar o envelhecimento e garantir um lugar no paraíso. Não será por isso que o islamismo tem crescido tanto?
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