Entre os relatos bíblicos há um que diz ter ocorrido sete anos de miséria no Egito, período este que fora precedido de sete anos de abundância. Aqui, pelo menos no setor público, embora não tenha havido sete anos de fartura, os últimos sete anos lembram bem o período egípcio das “vacas magras”. O pior é que há o risco de serem oito.
No caso egípcio, o Faraó, o governante do lugar, viu em sonho sete vacas gordas, que foram devoradas por sete vacas magras. José, o israelita, deu a interpretação de que ocorreriam sete anos de grande produção seguidos de sete anos de seca, nos quais seriam consumidos os excedentes estocados nos sete anos fartos. Está escrito que isso ocorreu tal qual interpretou José.
No nosso caso, 1994 é o marco inicial dos miseráveis sete anos. Os servidores públicos não tiveram reajustes em seus vencimentos. Há um dizer de que se controlou a inflação, mas vejamos: O salário mínimo, que não vale o mínimo previsto constitucionalmente, cujos reajustes não têm sido suficientes para repor bem as perdas, partiu de 60 URVs, equivalente de R$60,00 e chegou aos R$180,00, multiplicando-se exatamente por três. Quem não teve reajuste teve sua remuneração reduzida para um terço em termos de salário mínimo, não obstante a previsão constitucional de irredutibilidade. Mas o que nos têm preocupado mais é que nenhum José deu a interpretação de sete anos de calamidade remuneratória, e o sonho do faraó atual abrange oito anos, não sete. Que mal fizemos para que tal maldição caísse sobre nós?
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