Perdemos

Um dos nossos maiores fãs, leitor assíduo, foi embora, pra sempre.

Nasceu pelas mãos do Dr. Narciso Gomes, no dia 21 de setembro de 1919, sendo o último filho do casal João Modesti e Tereza Noris Modesti. Sempre quis estar perto de Deus.

Primeiro, como coroinha do Monsenhor Quércia, depois, como amigo do Padre Atílio (o mesmo que dá nome à avenida). Foi estudar em Lavrinhas, São Paulo, e em 31 de janeiro de 1939, fez a sua primeira profissão de fé. Ordenado sacerdote em 08 de dezembro de 1947, dia da Imaculada Conceição, formou-se em Filosofia, Teologia e Ciências Exatas, com doutorado em Psicologia pela Universidade Salesiana de Roma. Publicou livros, participou da formação de incontáveis jovens.

Exerceu o sacerdócio por cinqüenta e sete anos, dos quais dedicou trinta para Araras. Seu último trabalho foi a restauração do prédio centenário do Santuário do Sagrado Coração de Jesus.

E dizia: só morro, depois de concluir a tarefa. Tivéssemos acreditado em sua profecia, por certo derrubaríamos a igreja só para tê-lo mais tempo com a gente.

Hoje, coincidentemente, a última coisa que precisava ser restaurada, está sendo inaugurada: os bancos da igreja.

De um deles estaremos vendo-o ser sepultado, já que, por deferência especial, descansará defronte ao altar da Imaculada Conceição (a mãe que o trouxe, vai recebê-lo de volta).

Estamos doídos.

Os olhos santos que liam nossas páginas e nelas não enxergavam os demônios que demônios enxergam, estão cerrados.

Não mais ouviremos as palavras de incentivo, muito menos o apelo para o continuar da luta.

Entretanto, guardaremos conosco a certeza de que, se na cidade havia alguém que jamais duvidou da nossa honestidade de propósitos, esse alguém foi ele.

Para quem sempre quis estar perto de Deus, hoje é seu dia padre.

Beijo no coração.