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cronicas-->Dom de Amor -- 20/07/2005 - 16:51 (Dry@de) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dar e Receber...

Em todas as relações humanas, existe uma regra de ouro: o dar e o receber deve ocorrer na exata medida do equilíbrio, para que haja a igualdade e a paz entre quem doa e quem recebe.

Porém, eu quero aqui falar da exceção, pois existe um desnível irredutível entre quem dá e quem recebe, em alguns tipos de relacionamentos.

É o que acontece entre pais e filhos, entre professores e alunos, entre Mestres e discípulos.

Vejamos o que ocorre entre pais e filhos.

Os pais serão sempre doadores, e os filhos sempre receptores. Por mais que tentem retribuir, apenas reduzirão um pouco o desequilíbrio.
Os pais, a princípio, são os portadores do presente maior que existe: o dom da Vida!
Além disso, dão amor, alimento, educação, orientação, e o que mais lhes aprouver.
Nada, jamais, será capaz de retribuir esse conjunto de presentes.

A Vida, especialmente, é um Dom que nos religa ao Universo, à Origem, a Deus!
É, pois, um presente de Deus que chega ao filho através dos pais.

Há somente uma maneira do filho se sentir em paz pelas doações recebidas: é ele transmitir igualmente a seus próprios filhos, tudo o que recebeu de bom de seus pais.
Assim ele os honra através da continuação da própria Vida.
Assim, eles se tornam também mensageiros de Deus, através de uma linhagem sagrada.

Os pais terão sempre um olhar de orgulho e nostalgia, ao contemplarem os filhos se tornando
os semeadores de dádivas, tais como eles o foram.

Os pais sabem que a colheita sempre reverterá para a geração vindoura; mas sabem também,
que um dia foram os receptores desses Dons, através de seus próprios pais.

Finalizo com um poema de Börries von Munchhausen, que sensivelmente captou essa verdade.

A Bola Dourada

O que recebi pelo amor de meu pai
eu não lhe paguei,
pois, em criança,
ignorava o valor do dom,
e quando me tornei homem, endureci
como todo homem.

Agora vejo crescer meu filho,
a quem amo tanto
como nenhum coração de pai
se apegou a um filho.
E o que antes recebi
estou pagando agora
a quem não me deu
nem vai me retribuir.

Pois quando ele for homem
e pensar como os homens,
seguirá, como eu,
os seus próprios caminhos.

Com saudade, mas sem ciúme,
eu o verei pagar ao meu neto
o que me era devido.

Na sucessão dos tempos
meu olhar assiste, comovido e contente,
o jogo da vida:
cada um, com um sorriso,
lança adiante a bola dourada,
e a bola dourada nunca é devolvida!










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