Para nós mineiros

Mina em mim o poder,
dou olhar bem faisandé
pra quem contigo pretender
fazer qualquer melelê.

Tão paranóicos, pra nós
bastariam as camas,
cada qual na sua, sós,
pra descansar as ossamas.

Padiola eu prefiro,
escravos nos carregando,
com você uma eu tiro,
todos eles espiando.

Todos de língua cortada,
mais surdos que suas mães;
tretando, levam porrada,
são pataxós-hã-hã-hães.

Fica de olho pra frente,
fico de olho pra trás,
algum mais surpreendente
pode virar satanás.

Se o leito balançarem,
nossa transa vai tinir,
se nossa cara gozarem,
pr"outro mundo vão partir.

Se nossas roupas roubarem,
nus ficaremos apenas,
se tempo as esfriarem,
nos aquecemos com penas.

Se atacarem por trás,
durante a nossa "guerrilha",
não quero ser ferrabrás,
já aprontei armadilha.

A padiola no chão
com certeza vão deixar,
atiro no coração
do primeiro que chegar.




Com os cumprimentos do Thim,
crente em macumba,
filho da Psiquiatria,
e servo de pai-joão.



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