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Poesias-->A Sombra -- 17/11/2000 - 21:48 (Márcio Filgueiras de Amorim) |
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Presença subterrânea
sempre a espreita.
Para cada escolha feita
outra possibilidade existe.
Reverso da medalha
nunca assumido.
Este lado escuro
que nos amedronta.
Cruel dilema
vive a humanidade.
Eterno oscilar
entre luz e trevas.
Permanecer em plena luz
ideal espiritual.
Implica negar
corpo e terra.
Mergulhar nas trevas
satisfação terrena.
Implica abdicar
do espiritual.
Vejo o escuro no outro
não percebo que é espelho.
Procuro meu escuro
de mim mesmo ocultar.
Culpa, percepção
de minha própria escuridão.
Que tolda no interno
A luz que quer brilhar.
Supressão da sombra
caminho do sofrimento.
Redenção do asceta
permissão de luz.
Repressão da sombra
para o mundo subterrâneo.
Ressurreição um dia
com forças redobradas.
Tolo, o homem atado ao racional,
perdeu seu universo
mítico, simbólico, sagrado,
Que seu sofrer aplacava.
Possuído por Hybris
empáfia tamanha
Quanto mais absoluto se acha
mais frágil se encontra.
Diuturna batalha
Entre luz e trevas.
Microcosmo no macro
O campo de batalha é o homem. |
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