Nas brumas do tempo eu vi,
uma princesa hindu,
em seu sari vermelho,
tendo na testa um rubi.
Pequena, negros cabelos,
tez morena acobreada,
gestos delicados,
levemente sensuais.
Em relance, sua vida, pressenti,
educada para agradar,
ao consorte seduzir,
missão de vida.
Brilho no olhar,
expressão viva,
caminha a flutuar,
leve como a brisa.
Sua mente arguta
domina as artes,
filosofia, astrologia,
e o aos outros compreender.
Dança delicada,
cada dedo tem seu movimento,
com intenção,
e com sentido expresso.
Seu drama primeiro,
por transcender seu limite,
todos se consternaram,
com o brilho de sua mente.
Encontrado seu destinado príncipe,
surpreendentemente o amou,
correspondida foi
ardentemente amada.
Coube ao destino cruel,
em breve ceifar,
de seu amado,
a vida querida.
Inflamada do príncipe
a nobre pira
pretendendo segui-lo
nela a princesa se atira.
Levada por Maia,
a ilusão infinda,
de que pelo amor dois seres possam
compartilhar um só destino.
Pecado cometido,
se encontram pelo tempo,
sempre um pouco antes
ou após o momento certo.
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