Há uma nuvem sobre esse teto.
Nuvem de chuva,
Progenitora encantada.
Eu nasci dessa chuva!
Sou parte de sua cor cinza dissolvida,
Desprovida, esmaecida da vida.
Eu me valho do orvalho,
Para matar a saudade,
Da febre que me bate,
Nessas horas da tarde.
Esquecida minha pele,
Me estiro ao ar,
Querendo de novo chover.
Paira sobre minha cabeça
Monumento de mim,
Nebuloso e calmo.
Guarda em ti tanta chuva...
Mas chove tão pouco pra mim.
Pra mim que estou seco,
Não vês que já não sou parte de ti?
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