Usina de Letras
Usina de Letras
239 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50555)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->NHÔ TONICO -- 28/02/2005 - 15:08 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
WLADIMIR OLIVIER





















NHÔ TONICO











MANUEL DO VAL DE FLORES



















Edição da CASA DO MÉDIUM



Rua Cinco de Julho, 1184

Indaiatuba — SP













































Saiba, irmão, que estes versos

provieram da Espiritualidade!









Nhô Tonico das Cadeias

Era um colega brigão:

As coisas ficavam feias?

Tirava satisfação.



Era uma vez, um cara briguento, chamado Antônio, que, de tanto ir preso, passou a ser conhecido por Nhô Tonico das Cadeias.







Foi dura a querela, um dia:

Encontrou um valentão.

Zé da Dinga era uma fria:

Pôs diversos no caixão.



Um dia, Nhô Tonico teve um atrito feio com um sujeito perigoso, o José, chamado de Zé da Dinga.







Mas Tonico ia de pinga,

Na cabeça e na algibeira.

Topando com Zé da Dinga,

Foi um diz: — Queira! — Não queira!



Sempre bêbado, Tonico andava com uma garrafa no bolso. Ao se encontrar com o Zé, começaram uma discussão sem pé nem cabeça.







A mamãe de Zé da Dinga

Era mulher lá da feira:

Andava cheia de ginga.;

Tinha no coldre a peixeira.



A mãe do Zé, que vendia peixe na feira, parecia um capoeirista, sempre levando a faca na cintura.







Tonico é que não sabia

Calar a língua matreira:

Botou bronca na Maria,

Numa falação certeira.



Tonico, que falava até pelos cotovelos, destratou a mãe do Zé, de nome Maria, dizendo coisas muito ruins sobre ela.







Recebeu uma nas ventas,

E pavilhão auditivo:

— Se mais coisas tu inventas,

Não sairás daqui vivo!



Por isso, levou um soco no nariz e um tapa na orelha.; e ouviu o Zé ameaçar de coisa pior se continuasse difamando a sua mãe.







Murchou o pobre coitado.;

Espatifou a garrafa.

Não ficou alcoolizado:

— Jesus, veja se me safa!...



Tonico ficou muito preocupado, quebrou a garrafa de pinga e, já sóbrio, pediu ajuda a Jesus para ficar livre do Zé.







Rogou e foi atendido,

Pois prometeu, lá no fundo,

Ficar melhor entendido

Da natureza do Mundo.



Jesus ouviu a prece do moço, o qual jurou que ia melhorar o procedimento, aprendendo a viver pelas regras morais.







Fingiu de morto, estirado.;

Levou uns chutes nas costas:

Estava o Zé muito irado:

— Vê se desta tu mais gostas!...



Sofreu uns pontapés do Zé mas não reagiu, parecendo desacordado, mas escutando as provocações do desafeto.







Depois de muito apanhar,

Baixou Tonico hospital.

Foi sarando, devagar:

Achou a causa do mal.



A surra foi tão grande que Tonico acabou internado num hospital, onde se recuperou, lentamente, tempo em que meditou sobre a origem de seu fracasso.







Queria ser superior

E mandar em toda a gente.

Esqueceu que existe amor

E que todo o mundo sente.



Chegou à conclusão de que se julgava melhor do que os outros, a quem pretendia dar as suas ordens. Percebeu também que não amava ninguém e que todo mundo tem sentimentos.







Um dia, chegou visita:

Um homenzinho engraçado.

Falava mal da birita.;

Deixou Tonico alarmado.



Estando internado, apareceu um sujeito divertido, falando mal da bebida, tanto que Tonico se assustou de verdade.







— Mas que religião é essa

Para pôr no vício um breque?

— É Doutrina boa à beça:

Teoria de Allan Kardec!



Tonico quis saber qual era a religião que mandava acabar com os vícios. Era a excelente Doutrina Espírita organizada por Allan Kardec, conforme lhe esclareceu o visitante.







— Quando você melhorar,

Me procura lá no Centro.

Os livros que lhe vou dar

Vão deixá-lo bem, por dentro.



Recebeu Tonico um convite para ir ao Centro Espírita, assim que ficasse bom. Ia receber uns livros para seu esclarecimento.







Todo mal tem sempre um fim:

Tonico recebeu alta.

Já não era tão ruim,

Mas do Pai sentia falta.



Quando se restabeleceu, Tonico voltou para casa. Como tinha melhorado também da cabeça, precisava de um fundamento religioso.







Procurou o cara estranho,

P’ra pedir orientação.

Levou um susto tamanho:

Tinha livro de montão.



Foi atrás, então, daquele desconhecido, para se informar. Lá chegando, teve a surpresa de ver uma prateleira cheia de livros.







— Vou ter de ler tudo isso?

Eu mal soletro as palavras...

— Só assuma o compromisso:

A turma interpreta as lavras.



Perguntou se precisava ler tudo aquilo, ele, que era quase analfabeto. O outro lhe pediu apenas para ter boa vontade, porque o pessoal do Centro explicaria os textos.







Duas vezes por semana,

O Tonico ao Centro ia.

Foi ganhando aquela gana

E foi sentindo alegria.



Passou Tonico a freqüentar o Centro duas vezes por semana. Ali foi criando muita força espiritual, tanto que lhe voltou o sentimento da vida.







Certa vez, participou

Duma sortida noturna.

Por alguém, então, chorou:

Um pobrezinho na furna.



Tendo saído de noite para ajudar os desprotegidos, numa gruta encontrou um homem tão mal que por ele derramou lágrimas de emoção.







Era o Zé da Dinga mesmo,

Fraquinho de causar dó:

A palavrear a esmo,

Conversava, estando só.



O sofredor era o mesmo Zé, agora acabado, falando sozinho, provocando muita piedade.







A gratidão de Tonico

Superou aquela sova:

Parecia um homem rico.;

O outro, co’o pé na cova.



Tonico estava tão reconhecido pela nova vida que esqueceu a surra: estava feliz. O Zé é quem dava preocupação.







Levou o Zé p’ra tratar

Naquele mesmo hospital:

Seria santo o lugar,

Bem protegido do mal.



Tonico carregou com ele para ser cuidado no hospital, achando que as doenças seriam eliminadas pela Medicina.







Rogou por Nosso Senhor,

Que perdoasse o vilão.

Prometeu-lhe muito amor:

Passou a chamar: — Meu irmão!



Em suas orações, pediu que Jesus perdoasse o malvado, a quem ofereceu sua afeição e respeito.







Dona Maria da feira

Conseguiu um filho mais.

Já não usava a peixeira

Nem as coisas eram tais.



Era natural que Tonico, achando-se irmão do Zé, podia chamar a feirante de mãe. Aliás, os tempos tinham passado, e a mulher estava mudada.







O Zé da Dinga morreu:

Estava muito doente,

Porém, no caminho seu,

Viu outra espécie de gente.



Não tinha jeito mesmo e o Zé morreu, mas antes teve ocasião de conhecer pessoas bem diferentes daquelas com quem tinha convivido.







Os benfeitores da turma

Lhe destinaram lugar,

Deixando que o pobre durma,

Num bom leito hospitalar.



Ao ser recebido no etéreo pelos protetores da gente do Centro, ganhou outro internamento, agora para ser tratado dos males espirituais.







Os inimigos, lá fora,

Prometeram mais vingança,

Mas Tonico, esperto agora,

‘Tava cheio de esperança.



Do lado de fora da cidade do Além, fervilhavam os inimigos, que eram contidos pelas orações do diligente e esperançoso Tonico.







Trabalhava sem cansaço,

Tendo chegado à tal feira.

Seria o próximo passo:

Salvar a tal da peixeira.



Tonico, que se tornara um auxiliar incansável, foi até a feira com o intuito de levar ajuda espiritual à mulher que ele havia ofendido um dia.







Falou-lhe da instituição,

Da prestação de serviço.

Poderia dizer não,

Mas ganharia mais viço.



Puxou o assunto do que se fazia no Centro, das atividades de benemerência, mas deixou que ela se decidisse, explicando que ia ser muito bom se aceitasse o convite para participar.







Falou das Leis, da Verdade,

E mostrou que a Salvação

Advém da Caridade

De quem tem bom coração.



Explicou alguns pontos da Doutrina, da busca do conhecimento e da evolução, insistindo que o seu lema era: fora da caridade não há salvação.







A mulher era experiente,

Sabia de tudo isso,

Então, mui espertamente,

Aceitou o compromisso.



Maria era uma mulher vivida e tinha a sabedoria extraída dos sofrimentos. Essa foi a razão de seguir os conselhos de Tonico.







Mas não sabia do filho,

Que morrera arrependido.

Repetia este estribilho:

— O Zé da Dinga: um bandido!



Ignorava Maria o fato de que o filho se arrependera dos crimes antes de desencarnar.; e ainda guardava a pior lembrança do Zé







O ódio, então, ficou claro,

Para a mente do Tonico.

Pediu ao Pai, mui preclaro,

Um expediente rico.



Tonico percebeu o rancor de Maria e, tendo uma feliz idéia, pediu a ajuda de Deus para que tudo desse certo.







Levou Maria à sessão,

Tendo invocado o seu Zé.

Jesus lhe deu permissão,

Para demonstrar quem é.



Numa reunião mediúnica, estando Maria presente, Tonico evocou o Espírito do Zé e, tendo recebido autorização de Jesus, puderam conversar.







Desconfiava Maria

De que tudo fosse falso,

Mas o Zé só respondia,

A firmar bem cada calço.



Maria não punha muita fé na sessão, mas o filho respondeu sempre com muita coerência, demonstrando que era realmente o Zé.







Precisou de mais uns dias,

Para formar opinião,

Mas cedeu às teorias,

Vendo que tinham razão.



Maria não aceitou logo o fenômeno mediúnico, mas foi obrigada a se render às evidências quando estudou mais a fundo.







Hoje também tem renome

E ajuda nas coisas feias:

É ela quem mata a fome.;

Nhô Tonico é o das Candeias!



Tanto Maria desenvolveu que passou a ser muito respeitada: participa agora da assistência aos que sofrem e dá de comer aos necessitados, enquanto Tonico já é conhecido como Nhô Tonico das Candeias, ou seja, aquele que leva a luz aos que se encontram na escuridão.











NHÔ TONICO





MANUEL DO VAL DE FLORES









Nhô Tonico das Cadeias

Era um colega brigão:

As coisas ficavam feias?

Tirava satisfação.



Era uma vez, um cara briguento, chamado Antônio, que, de tanto ir preso, passou a ser conhecido por Nhô Tonico das Cadeias.







Foi dura a querela, um dia:

Encontrou um valentão.

Zé da Dinga era uma fria:

Pôs diversos no caixão.



Um dia, Nhô Tonico teve um atrito feio com um sujeito perigoso, o José, chamado de Zé da Dinga.







Mas Tonico ia de pinga,

Na cabeça e na algibeira.

Topando com Zé da Dinga,

Foi um diz: “Queira!”.; “Não queira!”



Sempre bêbado, Tonico andava com uma garrafa no bolso. Ao se encontrar com o Zé, começaram uma discussão sem pé nem cabeça.





A mamãe de Zé da Dinga

Era mulher lá da feira:

Andava cheia de ginga.;

Tinha no coldre a peixeira.



A mãe do Zé, que vendia peixe na feira, parecia um capoeirista, sempre levando a faca na cintura.









Tonico é que não sabia

Calar a língua matreira:

Botou bronca na Maria,

Numa falação certeira.



Tonico, que falava até pelos cotovelos, destratou a mãe do Zé, de nome Maria, dizendo coisas muito ruins sobre ela.





Recebeu uma nas ventas,

E pavilhão auditivo:

— Se mais coisas tu inventas,

Não sairás daqui vivo!



Por isso, levou um soco no nariz e um tapa na orelha.; e ouviu o Zé ameaçar de coisa pior se continuasse difamando a sua mãe.







Murchou o pobre coitado.;

Espatifou a garrafa.

Não ficou alcoolizado:

— Jesus, veja se me safa!...



Tonico ficou muito preocupado, quebrou a garrafa de pinga e, já sóbrio, pediu ajuda a Jesus para ficar livre do Zé.





Rogou e foi atendido,

Pois prometeu, lá no fundo,

Ficar melhor entendido

Da natureza do Mundo.



Jesus ouviu a prece do moço, o qual jurou que ia melhorar o procedimento, aprendendo a viver pelas regras morais.





Fingiu de morto, estirado.;

Levou uns chutes nas costas:

Estava o Zé muito irado:

— Vê se desta tu mais gostas!...



Sofreu uns pontapés do Zé mas não reagiu, parecendo desacordado, mas escutando as provocações do desafeto.





Depois de muito apanhar,

Baixou Tonico hospital.

Foi sarando, devagar:

Achou a causa do mal.



A surra foi tão grande que Tonico acabou internado num hospital, onde se recuperou, lentamente, tempo em que meditou sobre a origem de seu fracasso.





Queria ser superior

E mandar em toda a gente.

Esqueceu que existe amor

E que todo o mundo sente.



Chegou à conclusão de que se julgava melhor do que os outros, a quem pretendia dar as suas ordens. Percebeu também que não amava ninguém e que todo mundo tem sentimentos.



Um dia, chegou visita:

Um homenzinho engraçado.

Falava mal da birita.;

Deixou Tonico alarmado.



Estando internado, apareceu um sujeito divertido, falando mal da bebida, tanto que Tonico se assustou de verdade.





— Mas que religião é essa

Para pôr no vício um breque?

— É Doutrina boa à beça:

Teoria de Allan Kardec!



Tonico quis saber qual era a religião que mandava acabar com os vícios. Era a excelente Doutrina Espírita organizada por Allan Kardec, conforme lhe esclareceu o visitante.





— Quando você melhorar,

Me procura lá no Centro.

Os livros que lhe vou dar

Vão deixá-lo bem, por dentro.



Recebeu Tonico um convite para ir ao Centro Espírita, assim que ficasse bom. Ia receber uns livros para seu esclarecimento.







Todo mal tem sempre um fim:

Tonico recebeu alta.

Já não era tão ruim,

Mas do Pai sentia falta.



Quando se restabeleceu, Tonico voltou para casa. Como tinha melhorado também da cabeça, precisava de um fundamento religioso.





Procurou o cara estranho,

P’ra pedir orientação.

Levou um susto tamanho:

Tinha livro de montão.



Foi atrás, então, daquele desconhecido, para se informar. Lá chegando, teve a surpresa de ver uma prateleira cheia de livros.







— Vou ter de ler tudo isso?

Eu mal soletro as palavras...

— Só assuma o compromisso:

A turma interpreta as lavras.



Perguntou se precisava ler tudo aquilo, ele, que era quase analfabeto. O outro lhe pediu apenas para ter boa vontade, porque o pessoal do Centro explicaria os textos.





Duas vezes por semana,

O Tonico ao Centro ia.

Foi ganhando aquela gana

E foi sentindo alegria.



Passou Tonico a freqüentar o Centro duas vezes por semana. Ali foi criando muita força espiritual, tanto que lhe voltou o sentimento da vida.

Certa vez, participou

Duma sortida noturna.

Por alguém, então, chorou:

Um pobrezinho na furna.



Tendo saído de noite para ajudar os desprotegidos, numa gruta encontrou um homem tão mal que por ele derramou lágrimas de emoção.







Era o Zé da Dinga mesmo,

Fraquinho de causar dó:

A palavrear a esmo,

Conversava, estando só.



O sofredor era o mesmo Zé, agora acabado, falando sozinho, provocando muita piedade.









A gratidão de Tonico

Superou aquela sova:

Parecia um homem rico.;

O outro, co’o pé na cova.



Tonico estava tão reconhecido pela nova vida que esqueceu a surra: estava feliz. O Zé é quem dava preocupação.





Levou o Zé p’ra tratar

Naquele mesmo hospital:

Seria santo o lugar,

Bem protegido do mal.



Tonico carregou com ele para ser cuidado no hospital, achando que as doenças seriam eliminadas pela Medicina.









Rogou por Nosso Senhor,

Que perdoasse o vilão.

Prometeu-lhe muito amor:

Passou a chamar: — Meu irmão!



Em suas orações, pediu que Jesus perdoasse o malvado, a quem ofereceu sua afeição e respeito.









Dona Maria da feira

Conseguiu um filho mais.

Já não usava a peixeira

Nem as coisas eram tais.



Era natural que Tonico, achando-se irmão do Zé, podia chamar a feirante de mãe. Aliás, os tempos tinham passado, e a mulher estava mudada.





O Zé da Dinga morreu:

Estava muito doente,

Porém, no caminho seu,

Viu outra espécie de gente.



Não tinha jeito mesmo e o Zé morreu, mas antes teve ocasião de conhecer pessoas bem diferentes daquelas com quem tinha convivido.







Os benfeitores da turma

Lhe destinaram lugar,

Deixando que o pobre durma,

Num bom leito hospitalar.



Ao ser recebido no etéreo pelos protetores da gente do Centro, ganhou outro internamento, agora para ser tratado dos males espirituais.





Os inimigos, lá fora,

Prometeram mais vingança,

Mas Tonico, esperto agora,

‘Tava cheio de esperança.



Do lado de fora da cidade do Além, fervilhavam os inimigos, que eram contidos pelas orações do diligente e esperançoso Tonico.





Trabalhava sem cansaço,

Tendo chegado à tal feira.

Seria o próximo passo:

Salvar a tal da peixeira.



Tonico, que se tornara um auxiliar incansável, foi até a feira com o intuito de levar ajuda espiritual à mulher que ele havia ofendido um dia.





Falou-lhe da instituição,

Da prestação de serviço.

Poderia dizer não,

Mas ganharia mais viço.



Puxou o assunto do que se fazia no Centro, das atividades de benemerência, mas deixou que ela se decidisse, explicando que ia ser muito bom se aceitasse o convite para participar.





Falou das Leis, da Verdade,

E mostrou que a Salvação

Advém da Caridade

De quem tem bom coração.



Explicou alguns pontos da Doutrina, da busca do conhecimento e da evolução, insistindo que o seu lema era: fora da caridade não há salvação.





A mulher era experiente,

Sabia de tudo isso,

Então, mui espertamente,

Aceitou o compromisso.



Maria era uma mulher vivida e tinha a sabedoria extraída dos sofrimentos. Essa foi a razão de seguir os conselhos de Tonico.





Mas não sabia do filho,

Que morrera arrependido.

Repetia este estribilho:

— O Zé da Dinga: um bandido!



Ignorava Maria o fato de que o filho se arrependera dos crimes antes de desencarnar.; e ainda guardava a pior lembrança do Zé





O ódio, então, ficou claro,

Para a mente do Tonico.

Pediu ao Pai, mui preclaro,

Um expediente rico.



Tonico percebeu o rancor de Maria e, tendo uma feliz idéia, pediu a ajuda de Deus para que tudo desse certo.







Levou Maria à sessão,

Tendo invocado o seu Zé.

Jesus lhe deu permissão,

Para demonstrar quem é.



Numa reunião mediúnica, estando Maria presente, Tonico evocou o Espírito do Zé e, tendo recebido autorização de Jesus, puderam conversar.





Desconfiava Maria

De que tudo fosse falso,

Mas o Zé só respondia,

A firmar bem cada calço.



Maria não punha muita fé na sessão, mas o filho respondeu sempre com muita coerência, demonstrando que era realmente o Zé.





Precisou de mais uns dias,

Para formar opinião,

Mas cedeu às teorias,

Vendo que tinham razão.



Maria não aceitou logo o fenômeno mediúnico, mas foi obrigada a se render às evidências quando estudou mais a fundo.









Hoje também tem renome

E ajuda nas coisas feias:

É ela quem mata a fome.;

Nhô Tonico é o das Candeias!



Tanto Maria desenvolveu que passou a ser muito respeitada: participa agora da assistência aos que sofrem e dá de comer aos necessitados, enquanto Tonico já é conhecido como Nhô Tonico das Candeias, ou seja, aquele que leva a luz aos que se encontram na escuridão.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui