Existe um cheiro
Nas narinas de quem ama
Que não pode ser cheirado.
Existe um movimento
Nas mãos de quem cai apaixonado
Que quer prender-se e teima,
Nunca se dá por cansado.
Num instinto desavergonhado,
Os lábios, sem as luxúrias do teu par,
São andarilhos perdidos,
Memória, sem saber onde se guardar.
Essa mulher que me sorri...
E a leveza daquele olhar...
Ah! Soslaio divino a me maltratar...
Minha reza é penar
Numa canção ensandecida
Entoada à deriva
Nesse mar de meu coração.
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