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cronicas-->Dormir custa caro -- 08/08/2003 - 09:54 (maria da graça almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma dica para saber do grande mistério da idade feminina, sem lhe ferir a vaidade ou burlar as regras de etiqueta de um código que, com certeza, a própria mulher criou- é indagar sobre o tempo por ela usado entre o banho noturno e a chegada à cama.
maria da graça almeida


Dormir custa caro!
maria da graça almeida


Não é a idade que nos distancia da adolescência e sim os inevitáveis cuidados que nos exigem muito tempo e dinheiro. Esquisito? Eu explico.
Na chatolescência -fase assim denominada pela dor-de-cotovelo e inveja dos coroas - bastava um rápido escovar de dentes antes do bem sucedido mergulho ao sono mais calmo e profundo.
Com os anos passados, mais medidas preventivas ou curativas impõem-se. O tempo entre a vontade de dormir e o sono autorizado vai aumentando na mesma proporção em que nos aumenta a idade.
Numa cidade como São Paulo, poluída e contaminada, não se pode ir para a cama antes de um demorado banho. E o banho do adulto não é simplesmente um banho, é todo um cansativo ritual que começa embaixo do chuveiro e vai, vai, vai...
As indispensáveis tinturas na tentativa de ocultar os malditos brancos deixam os cabelos ressecados, sem brilho, com a mesma aparência dos fios das bonecas que se empilham nas lojas de um real. Então -após xampu de boa qualidade- um bom creme deve entrar em ação.
Enquanto a água teima em escorrer-nos quentinha pelo corpo, aproveitamos para arrancar o adesivo da reposição hormonal. E a cola usada é das boas! Depois de removê-lo com a desagradável sensação do "puxamento" e da ardência, ainda dela ficam impressos os vestígios, os quais só realmente saem, se com uma esponja bem áspera esfregarmos a pele com vontade, deixando no bumbum um círculo avermelhado e sofrido.
Saindo do chuveiro, aí começa, entre as mãos e o corpo, o desfile de toda uma parafernália de produtos químicos. O creme anticelulite que é caro pra chuchu -nossa, que antiguinho!- precisa ser vigorosamente distribuído pelo corpo, principalmente, nas áreas críticas, que tendem a aumentar com o passar dos anos.
Após a água quente que nos mostra com detalhes quão ressecada e desidratada anda a pele, faz-se imprescindível o hidratante que, se não dos melhores, deixa-nos feito um bife recém saído da frigideira.
E nesse passa que passa de cremes, gel, loção, a vez do rosto, que também recebe sua farta carga: líquido de limpeza, tonificante, hidratante, creme para o redor dos olhos, etc... etc...
Quando achamos que apenas falta a escovação, descobrimos que numa das unhas dos pés, bem lá no cantinho, há um ponto branco que até então não estava ou não se fazia visível: emergência! Será simples mancha ou os primeiros sinais de algo mais preocupante? Melhor não descuidar: remédio nela! Nada mais desagradável do que uma unha maltratada.
Bom, enfim, a escova! E as cerdas têm de ser assim, patati, patatá, como detalham os dentistas. De dois em dois dentes é que se garante uma boa escovação.
O experiente não pode se dar ao risco de uma gengivite. Fio dental, bochecho com liquido antibacteriano e, pronto, preparadas para o sono!
Epa! Falta colocar a plaquinha nos dentes! A tensão do dia-a -dia cerra-nos a boca de modo absurdo e sem a tal da placa acabamos por prejudicar a dentição! E tudo isso dando graças por ainda termos os dentes onde colocá-la.
Boa noite! E...bum! Bum...? Nada disso... Faltou o Lexotan. Uma água fresca e a pílula rosa a descer goela abaixo.
Agora, sim: cama! E tudo o que se pode garantir é mais uma noite de um sono agitado e intranquilo, esperando pelo amanhecer para o cálculo de tais cuidados que, apesar de sobrecarregarem o orçamento mensal, apenas compram a ilusão da eterna juventude.

Maria da Graça Almeida
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