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Poesias-->Florbela Espanca - belas poesias -- 26/06/2005 - 14:05 (Márcio Filgueiras de Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,

A essa hora dos mágicos cansaços,

Quando a noite de manso se avizinha,

E me prendesses toda nos teus braços...



Quando me lembra esse sabor que tinha

A tua boca... o eco dos teus passos...

O teu riso de fonte os teus abraços...

Os teus beijos... a tua mão na minha...



Se tu viesses quando linda e louca,

Traça as linhas dulcíssimas dum beijo

E é de seda vermelha e canta e ri



E é como um cravo ao sol a minha boca...

Quando os olhos se me cerram de desejo...

E os meus braços se estendem para ti...



Este pertence ao LIVRO de MÁGOAS...



TORTURA



Tirar dentro do peito a Emoção,

A lúcida Verdade, o Sentimento!

- E ser, depois de vir do coração,

Um punhado de cinza esparso ao vento!...



Sonhar um verso de alto pensamento,

E puro como um ritmo de oração!

- E ser, depois de vir do coração,

O pó, o nada, o sonho dum momento...



São assim ocos, rudes, os meus versos:

Rimas perdidas, vendavais dispersos,

Com que eu iludo os outros, com que minto!



Quem me dera encontrar o verso puro,

O verso altivo e forte, estranho e duro,

Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!





EU



Eu sou a que no mundo anda perdida,

Eu sou a que na vida não tem norte,

Sou a irmã do sonho, e desta sorte

Sou a crucificada... a dolorida...



Sombra de névoa tênue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida!...



Sou aquela que passa e ninguém vê...

Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber por quê...



Sou talvez a visão que ninguém sonhou.

Alguém que veio ao mundo pra me ver

E que nunca na vida me encontrou





Lágrimas ocultas



Se me ponho a cismar em outras eras

Em que ri e cantei, em que era querida,

Parece-me que foi noutras esferas,

Parece-me que foi numa outra vida...



E a minha triste boca dolorida,

Que dantes tinha o rir das primaveras,

Esbate as linhas graves e severas

E cai num abandono de esquecida!



E fico, pensativa, olhando o vago...

Toma a brandura plácida dum lago

O meu rosto de monja de marfim...



E as lágrimas que choro, branca e calma,

Ninguém as vê brotar dentro da alma!

Ninguém as vê cair dentro de mim!







amar!



Eu quero amar, amar perdidamente!

Amar só por amar: aqui...além...

Mais este e aquele, o outro e toda a gente....

Amar!Amar! E não amar ninguém!



Recordar? Esquecer? Indiferente!...

Prender ou desprender? É mal? É bem?

Quem disser que se pode amar alguém

Durante a vida inteira é porque mente!



Há uma primavera em cada vida:

É preciso cantá-la assim florida,

Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.



E se um dia hei de ser pó, cinza e nada

Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... pra me encontrar...

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