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Contos-->A viagem -- 07/10/2004 - 08:57 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O disco voador se afastava rapidamente, silenciosamente. Pensava como uma máquina daquelas podia ser tão silenciosa.Beliscou a mão, sentiu a dor e viu que não estava nem estivera sonhando. Tudo começou ontem de manhã(foi ontem ou anteontem?), perdera a noção do tempo e o senso de orientação. Saira de casa cedo, queria espairecer, na cabeça, rodopiando, as cenas do término do seu romance. Brigaram feio, ele e Amália. Trocaram insultos, foram ditas palavras duras, tão diferentes das juras e dos murmúrios que haviam permutado ao longo dos onze meses de relacionamento.Sentiu uma rápida tontura e viu, sobre sua cabeça, o disco enorme girando numa velocidade espantosa. De repente, fora sugado, como se um enorma aspirador o tivesse atraído para dentro da nave. Lá dentro, procurou mas não viu ninguém. Apenas algumas sombras disformes moviam-se lentamente e um som muito estranho parecia brotar de onde quer que elas estivessem. Eram, contou bem contadas, dezoito sombras. No painel gigantesco da nave brilhavam luzes pequeninas de todas as cores. Não sabe dizer se a nave se moveu dali. As sombras cercavam-no de quando em quando e, assim que o faziam, um som imitando um chiado tomava conta de toda a nave. Sentiu medo: por que razão fora escolhido para aquele encontro jamais marcado?
Olhou para um lado e viu uma grande fotografia de Amália, sorrindo, tão nítida que mais parecia a própria Amália ali presente em carne e osso.As sombras cobriram o retrato de Amália e começaram a chiar: sssisssissssssisssissssi!!!! Era ensurdecedor o barulho, doía nos ouvidos. Tentou proteger os ouvidos, mas suas mãos estava como se uma algema invisível as prendesse: sssisssissssi!Não sentia sede nem fome. As horas passavam, mas ele não se dava conta de quanto tempo estava ali dentro daquela coisa gigantesca e estranha.
Depois, sentiu uma forte dor de cabeça e um cheiro intenso de esmalte ou coisa parecida.
Aí a porta daquele disco abriu-se e ele foi arremessado ao chão.
Viu o disco se afastando velozmente, silenciosamente.
Ficou tonto por mais uma meia hora.Até que as sensações esquisitas foram passando. Resolveu tomar o rumo de casa. Ao chegar, sua mãe perguntou: "Como é, desistiu da caminhada?"
Fez uma cara de bobo e respondeu: "Pois é, acho que estou meio cansado".
Telefonou para a casa de Amália, queria vê-la, pedir desculpas, desculpa-la. Mas o telefone tocou até desligar. Era como se não estivesse pessoa alguma em casa.
No outro dia, por um colega de escola, soube que Amália tinha viajado sem dizer para onde.
Nunca mais se ouviu falar da moça naquela cidade. Estranho, não?
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