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Erotico-->O SEGREDO -- 27/10/2001 - 15:51 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SEGREDO

Paccelli M. Zahler

Calado, tímido, solitário, não se misturava com ninguém.
O fato de não fumar, não beber, não freqüentar cabarés, motéis, não ser dado a orgias, surubas, bacanais em festas de embalo, deu-lhe má fama. Para alguns, um “veado enrustido”.; “misógino”, segundo outros.; “nojento, metido a besta e campeão de cinco contra um”, arrematavam as línguas mais ferinas.
Todos o observavam, queriam saber dos seus hábitos, de sua vida, das suas manias.
Sabia-se que trabalhava com eficiência, jantava na Pensão da Dona Chiquinha, passava na farmácia do Seu Zé e se dirigia para casa. Esta, por sua vez, era grudada na casa de Dona Cândida, de cujo pátio podia-se ver o que se passava no banheiro ao lado. Bastava subir no tanque e espiar por sobre o muro, pois os vidros da janela não eram foscos.
Dona Cândida não contava para ninguém, mas só a Lua sabia que todas as noites ela observava Alvinho tomando banho. E quem dizia que ela dormia à noite fantasiando estrepolias com a estrovenga do Alvinho? Dormia nada! Rolava de um lado para outro, sentia um fogo queimando-lhe o baixo ventre, tomava chá de camomila, banho frio e nada! Por vezes, recorria a uma garrafa de refrigerante e... Bem, mas essa é uma outra história!
Indagado, Seu Zé, sem querer, deixou escapar que o Alvinho só comprava supositórios.
- Deve sofrer de prisão-de-ventre ou hemorróidas, coitado! - exclamou Dona Cândida.
- Ou então rebentou as pregas!- completou Ricardo com uma gargalhada sarcástica.
- Que horror!- disse Carminha.
- Ah, por isso ele fica várias horas no banheiro!- deixou escapar Dona Cândida.
- Como é que a senhora sabe?- indagou Seu Zé.
- Bem, costumo recolher a roupa no varal, dar comida para o Totó, jogar o lixo e ele sempre lá – desconversou Dona Cândida com um sorriso amarelo.
- Dona Cândida – falou Ricardo – do seu pátio é possível olhar pela janela do banheiro da casa do Alvinho?
- Não sei, não me interesso por essas coisas! – disse um pouco constrangida.
- A gente poderia dar uma olhadinha só para ver o que ele faz? – perguntou Ricardo.
- Bem, se me prometerem guardar segredo, pode! Na verdade, também estou curiosa para saber o que ele faz! – completou com uma pontinha de prazer.
- Vamos lá, Seu Zé? – perguntou Ricardo.
- Não sei, não!... Tudo bem, vamos! – afirmou Seu Zé.

E lá se foram.
Pé ante pé, posicionaram três banquinhos na base do muro e ficaram espiando.
Protegidos pela noite, não podiam ser vistos.
Minutos depois, surgiu o Alvinho com um colchonete embaixo do braço, caixa de supositórios em uma das mãos, um exemplar de revista masculina na outra.
Deitou-se no colchonete, frente a um espelho grande. Foi tirando a roupa devagarinho, apalpando-se, massageando-se com sensualidade (Dona Cândida tremia de tanta excitação!).Agachando-se lentamente, retirou um supositório da embalagem, introduziu-o no local apropriado e começou a excitar-se, movimentando-o em vaivém até derreter. Repetiu o ato com outro supositório até ejacular sobre o colchonete ao mesmo tempo em que olhava as fotos da revista.
Completado o ritual, banhou-se, enxugou-se, guardou seus petrechos e dirigiu-se para o interior da casa após desligar a luz do banheiro.
Os três indiscretos vizinhos entreolharam-se sob a luz tênue da lua com uma expressão de vitória. Enfim, haviam descoberto o segredo do Alvinho – um viciado em supositórios!
Antes que qualquer dos dois abrisse a boca, Dona Cândida ordenou:
- Ninguém vai falar nada! Ninguém viu nada! Lembrem-se da promessa! Sinto-me culpada por ter permitido tal indiscrição, tal invasão de privacidade alheia. Isso é crime!
Seu Zé e Ricardo voltaram para suas casa frustrados.
Na calada da noite, Dona Cândida rolava na cama, derretia-se de excitação e prazer com sua garrafinha de refrigerante.Sonhava um dia poder partilhar seu segredo com o Alvinho. Ia ser demais, demais, demais!
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