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Cordel-->DIFERENÇAS ENTRE CHURRASCO DE RICO E DE POBRE. -- 24/03/2009 - 15:55 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I

Por intermédio de e-mail,
Bastante interessante,
Descreveram um churrasco
Com diferença gritante
Entre do pobre e do rico
Que em cordel passo adiante.

II
Numa comemoração
Seja de rico ou de pobre
Há sempre um motivo
Que consideramos nobre.
E quantas observações
Num churrasco se descobre.

III
As diferenças começam
Pelas vestes femininas,
Do ambiente do churrasco
Das belezas das piscinas.
Os ricos com muitas regras
Os pobres sem disciplinas.

IV
Se churrasco for de rico
A roupa é importada.
A Capri ou a Zara vestem
A bonita mulherada.
Que só anda bem penteada
E também muita arrumada.

V
Bolsa L.Vuitton, ou Prada,
Camiseta chocolate.
Óculo chanel, Valentino,
Discreto, sem disparate.
Relógio, pulseira de ouro
Mais de dezoito quilates.

VI
Sandália rasteira Lenny,
Dirigindo o seu carro,
Muito bonito, importado,
Que a todos deixa zarro.
Esbelta e cheia de charme,
Nunca fedendo a cigarro.

VII
Se o churrasco for de pobre
Mulheres de mini-saia,
Com blusa C&A ou RENNER
A tal tomara que caia
Óculos bem coloridos
Comprado de paraguaia.

VIII
Uns tamancos de madeira
E anel no dedo do pé.
Usam biquíni por baixo
Pra piscina se tiver.
Preparadas pra farra,
Sambam na ponta do pé.

IX
O homem rico se traja
Com bermuda Hugo Boss.
Camisa esporte Siberian.
Pra que seu poder reforce.
Camioneta importada,
Mostrando todas suas posses.

X
Pobre vai com suas havaianas,
Rider, bermuda florida,
Ou jean com perna cortada.
Camisa da equipe querida.
Óculos sempre na testa,
Monza que não dá partida.

XI
Em geral rico não come.
Se come, só um pouquinho.
Arroz, brócolis, açafrão
Tudo regado com vinho.
Mussarella de búfala,
Carneiro, se for novinho.

XII
Farofa com muita fruta,
Picanha só Argentina.
Não se pegar muito sol,
Ninguém entra na piscina.
Fala-se muito em negócios.
Tudo ali se combina

XIII
Pobre come vinagrete
Farofa, muita cebola,
Maionese, asa de frango
Carne até de pomba rola.
Costela, bola da pá
Pão de alho e amapola.

XIV
Rico bebe chope Brahma,
Ou a cerveja Heineken.
Sempre muita geladinha,
Isso quando não se abstém,
Ou um uísque importado
Se isso a ele convém.

XV
Tônica ou coca-cola,
às vezes, bebe a rica.
Ou um vinho importado
De vez em quando ela bica.
Nada duma batucada
Principalmente cuíca.

XVI
Cerveja Belco ou Kaiser
Colocada pra gelar,
Com cana da roça, baré,
Num tanque de lavar,
Juntamente com coca-cola,
Caipirinha, guaraná.

XVII
É assim churrasco de pobre.
E ao começar a bebedeira
Quem fica tonto primeiro
Inicia a tal brincadeira
De se molhar todo mundo,
Jogando água da torneira.

XVIII
Rico usa uns belos pratos
Brancos e de porcelana.
Taça pra cada bebida.
Só coisa muito bacana.
Tem até copo especial
Pra tomar dose de cana.

XIX
Pobre usa os pratinhos
De alumínio, papelão,
Sempre com copo plástico
Muito seguro na mão.
Porque são todos contados
Se cair pega do chão.

XX
Os talheres tem os seus
cabos muito coloridos.
Os copos de requeijão,
Às vezes, foram cedidos,
Mas só para algum cabo,
Ou familiares queridos,

XXI
Pra escrivão da Polícia,
Ou pro Corpo de Bombeiros.
Churrasco de rico, música
Não é de pagodeiros.
Só Jack Jahnson, Maria Rita,
Nunca bando de funqueiros.

XXII
Rico pode contratar
Grupo que toca chorinho,
Gente formado em música.
Que conhece cavaquinho
Um som bonito, bem suave,
Gostoso e muito baixinho.

XXIII
Pobre manda pagodão:
Carametade e Exalta,
O Zeca, a Revelação,
Ou quem estiver em alta
O samba de Enredo do Ano
Também é um que não falta.

XXIV
Depois de horas de churrasco
Dançam com CD pirata
Não importa credo, raça,
Todo mundo já engata
Batucada nas panelas,
Tem até quem toque em lata.

XXV
Mulheres tiram sandálias
Pois não são acostumadas.
Com os pés dentro de chinela
Andam sempre descalçadas.
De Almir Guineto à Alcione
Vão levando a batucada.

XXVI
O bom e velho FUNK
Não pode faltar também.
Que é cantado bem alto
Pro vizinhos ouvir bem
E saber que o churrasco
Ainda vai muito além.

XXVII
Rico em geral contrata
Um churrasqueiro famoso,
Com uniforme impecável
E sempre muito atencioso,
Que traz toda a sua equipe
E cardápio fabuloso.

XXVIII
O churrasqueiro de pobre
É amigo dum conhecido,
Que adora fazer churrasco,
Tem um bucho bem crescido.
Sempre se achando o tal
Sujeito bem convencido.

XXIX
Como o cara sua bastante,
Na mão, tem uma toalhinha
Para enxugar o suor,
também limpar a mesinha.
Pra mostrar fartura na
Brasa joga cervejinha

XXX
Numa área bem coberta,
Belo piso de granito,
O rico faz seu churrasco,
Num jardim muito bonito,
Com mesinhas, com piscina,
De um azul infinito,

XXXI
Onde ninguém se anima
A dar mesmo um mergulho.
Pobre faz o seu na laje
É só tirar o entulho.
Pra chuva, ou pro sol quente
Na cabeça usa trapulho,

XXXII
Um lona de caminhão
Pra proteger churrasqueira.
Somente quem chega cedo
Tem direito uma cadeira.
Mas dão lugar para grávidas
Que chegam à brincadeira.

XXXIII
Os demais ficam em pé
Pisando-se sem problema.
Mesmo estando descalços
Não fica nenhum edema,
Pra pisadas recebidas
Não se precisa de enema.

XXXIV
Tem o banho de chuveiro
Que é bem tradicional
Os bêbados molham todos.
Aquela coisa sacal.
Mas se tem piscina plástica
ainda fica mais banal.


XXXV
Aí os bêbados começam
Aquela tal brincadeira
De jogar todos na água
Ou molhar com da torneira.
Quando churrasco termina
É aquela lambuzeira

XXXVI
Churrasco de rico finda
Depois dumas quatro horas.
Cada um sai no seu carro
E não há muita demora.
Dono da casa agradece;
Leva cada um lá fora.

XXXVII
Churrasco de pobre leva
No mínimo umas oito horas.
Tendo que o dono da casa
Pedir pra se ir embora,
Pois noutro dia tem trabalho,
E quer descansar agora.

XXXVIII
Mas o pessoal ainda quer
Comprar caixa de cerveja.
E fazer uma vaquinha
É tudo que se almeja.
Mas isso o dono da casa
Não quer mais e não deseja.

XXXVIX
Ainda tem gente de porre
Deitado até no sofá,
Ou dormindo no tapete,
E não quer se levantar.
Tudo isso o dono da casa
Tem mesmo que aturar.

XL
Se decidem ir embora
Som do carro é ligado
Muito alto, em um pagode,
Pra que o vizinho do lado
Saiba como foi a festa
Se dele for intrigado.

XLI
Todos vão embora juntos
E sempre saem buzinando.
Com o seu grito de guerra:
“Valeu maluco”, vão gritando.
Venho pro enterro dos ossos
Amanhã, fique esperando.

XLII
Como disse no começo
Recebi esta descrição
Porém não cito o autor
Pois dele não faz menção.
Mas se seu nome surgir
logo farei a citação.


XLIII
Sem ter qualquer disciplina
Prefiro churrasco de pobre
Pessoal é mais solidário
também muito mais nobre.
De rico só aparência
Que muita sujeira encobre.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, MARÇO DE 2009.
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